Entenda o "Mais Médicos"

O programa Mais Médicos pretende levar médicos para os municípios do interior e para as periferias das grandes cidades, onde é maior a carência pelo atendimento básico.

Para selecionar e levar os profissionais às regiões carentes serão lançados três editais: um para atração de médicos; outro para adesão dos municípios que desejam admiti-los; e para selecionar as instituições supervisoras.

Será aceita a participação de médicos formados no Brasil, que terão prioridade no preenchimento das vagas, e também a de graduados em outros países, com preferência para brasileiros. Os estrangeiros só ocuparão as vagas remanescentes após a escolha destes dois grupos.

Já para os municípios, será preciso oferecer moradia e alimentação aos médicos, além de ter de acessar recursos do Ministério da Saúde para construção, reforma e ampliação das unidades básicas. Em todo o Brasil, os investimentos federais só na qualificação destes equipamentos de saúde somam R$ 2,8 bilhões, sendo 167,1 milhões para o Paraná.

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Cinco cidades da região Noroeste do Paraná foram classificadas como prioritárias para receber médicos para atenção básica por meio do programa federal "Mais Médicos". A carência de profissionais da saúde foi identificada em Marialva, Mandaguari, Iguaraçu, Paiçandu e Sarandi. No Paraná, 35 municípios estão na lista prioritária. A proporção de médicos para cada grupo de mil habitantes no estado é de 1,68, inferior à média brasileira, de 1,8.

O secretário da Saúde de Sarandi, Jair Carneiro, diz que a expectativa é de que dez novos médicos venham trabalhar no município, por meio do programa federal. Ele adianta que esses profissionais, que serão pagos pela União, vão ocupar o lugar dos atuais médicos contratados pela prefeitura para realizar os atendimentos primários nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). "Vamos economizar de R$ 30 a R$ 40 mil por mês, dinheiro que poderemos investir em exames especializados e atos cirúrgicos."

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Para o secretário de Saúde de Marialva, Luiz Carlos Stéfano, o maior impasse atual é a carência de médicos que trabalhem fixamente no município. Segundo ele, é comum que grande parte dos profissionais trabalhe ao mesmo tempo em diversas cidades da região, dificultando a formação de escalas de atendimento.

"Nos finais de semanas e feriados, ficamos correndo atrás de médicos para ficar no pronto atendimento e temos de disputar o serviço desses profissionais com outros municípios. Acredito que uns três novos médicos no pronto atendimento iria normalizar essa situação [em Marialva]", estima o secretário.

Com relação à contratação de profissionais estrangeiros, Stéfano disse acreditar que todos serão bem vindos, contanto que estejam de fato qualificados para trabalhar. "Espero que essa contratação passe pelo crivo da CRM [Conselho Regional de Medicina] para avaliar a capacidade de resolutividade de cada um deles, porque precisamos de médicos que estejam realmente prontos e aptos para executar as demandas da cidade."