• Carregando...

Reunião extraordinária

Na manhã de terça-feira (23), a Câmara deve realizar uma reunião extraordinária para discutir o projeto de lei encaminhado pelo Executivo municipal que prevê o reajuste salarial de 4,11% para o prefeito, vice e secretários. A expectativa de alguns vereadores é que durante o encontro, deve ser discutida a data para o julgamento do prefeito. "Estou trabalhando com cautela e vou ouvir a Justiça antes de tomar uma decisão", salientou o presidente do legislativo de Sarandi, Cilas Moraes.

Os vereadores que integram a comissão que analisa denúncias de irregularidades praticadas pelo prefeito de Sarandi, Milton Martini (PP), entregaram durante a noite de segunda-feira (22) o relatório final à mesa diretora da Câmara da cidade. Nele, os parlamentares dão parecer favorável à cassação do prefeito, que deverá ser julgado em sessão extraordinária já nos próximos dias, segundo Luiz Carlos de Aguiar (PPS), presidente da Comissão Processante.

Além de provas documentais, como o faturamento de notas fiscais antes mesmo do processo de licitação, há depoimentos contraditórios que evidenciam as práticas irregulares, segundo explicou Aguiar. Resta agora esperar a decisão do juiz da Vara Cível da Comarca de Sarandi, Loril Leocadio Bueno Júnior. Ele analisa pedido feito por Martini, onde o prefeito alega irregularidades na formação da CP e solicita que a mesma seja dissolvida. "Se ele (juiz Loril) der parecer favorável, vamos reorganizar a comissão, mas dessa vez será mais rápido, pois já temos as informações", explicou.

Como não se trata de uma sessão comum, ao marcar o julgamento, os parlamentares não poderão se ausentar do plenário até que a sentença seja proferida. Aguiar espera marcar a reunião logo para 48 horas depois da decisão do juiz Loril.

A reportagem do JM entrou em contato com o juiz Loril Bueno e, segundo ele, a sentença com relação ao pedido para dissolver a comissão deve sair até o final desta semana, no mais tardar até segunda-feira (1º).

Sem maioria absoluta, vereadores contam com pressão popular

No caso desse tipo de julgamento, a Câmara de Sarandi precisará do apoio de 2/3 dos vereadores da casa, o que representa sete votos, para cassar o mandato do prefeito. De acordo com Aguiar, entre os 10 parlamentares, há quatro que prometem votar contra o pedido de afastamento. Aguiar conta com o bom senso dos colegas e também da manifestação da população. "Acho que ninguém irá contra as informações que constam no relatório, mas o que vai demandar é a pressão popular", disse.

No último sábado (20), representantes de pelo menos 14 entidades e quatro siglas partidárias se reuniram na cidade e já organizaram uma manifestação. O evento pediu a cassação de Martini e a realização de novas eleições no município. "A administração municipal está péssima e o descontentamento é geral. Precisamos fazer algo", afirmou o presidente da União Sarandiense das Associações de Moradores (Unisam), Alfredo Peres do Souza.

A investigação

Milton Martini é acusado de comprar, sem licitação, produtos agropecuários na loja do então chefe de gabinete da Prefeitura, Ailson Donizete de Carvalho, que se demitiu. São dez bombas para passar veneno e 150 litros de herbicida, que somam R$ 7,7 mil. Martini diz que não sabia que a loja era do funcionário e que já devolveu o dinheiro ao município.

Para investigar a denúncia, os vereadores de Sarandi montaram, no fim do ano passado, uma Comissão Processante (CP). Já foram ouvidas testemunhas de acusação e defesa, incluindo o próprio prefeito e também o deputado Reinhold Stephanes Júnior (PMDB), que o defendeu.

Martini é investigado também na Justiça, acusado de outras irregularidades a frente da Prefeitura. Em dezembro, ele chegou a ser afastado do cargo pela Justiça, por supostamente estar coagindo funcionários públicos que são testemunhas dos processos. Dias depois, a decisão foi revertida e Martini retornou ao cargo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]