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Conselho Nacional de Justiça apura suspeita de venda de sentenças no TJ

Tribunal de Justiça do Paraná passa por inspeção do Conselho Nacional de Justiça, que apura suspeitas de irrregularidades no órgão | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Tribunal de Justiça do Paraná passa por inspeção do Conselho Nacional de Justiça, que apura suspeitas de irrregularidades no órgão (Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo)
Clayton Camargo, presidente do Tribunal de Justiça do Paraná |

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Clayton Camargo, presidente do Tribunal de Justiça do Paraná

Rafael Cassetari, ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná |

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Rafael Cassetari, ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) investiga denúncia de tráfico de influência e venda de sentenças envolvendo dois desembargadores do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). O pedido de investigação foi protocolado no conselho em 2011, ainda durante a gestão da ministra Eliana Calmon, e tramita no órgão desde então.

A denúncia partiu de uma advogada que representava uma das partes em uma disputa pela guarda dos filhos. Segundo a representação no processo do CNJ, o atual presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Clayton Camargo, e o desembargador Rafael Augusto Cassetari – aposentado no início do ano –, teriam dado sentenças favoráveis a uma das partes mediante pagamento em dinheiro.

Na época das supostas decisões, ambos faziam parte da 12.ª Câmara Cível do TJ. De acordo com a denunciante, os magistrados teriam recebido R$ 200 mil para beneficiar uma das partes – dinheiro que teria sido entregue em quatro pacotes de R$ 50 mil.

O processo corre em sigilo no CNJ e tem a relatoria do atual corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão – que chega hoje à Curitiba. Clayton e Cassetari já apresentaram defesa no processo negando a autoria do fato (veja mais ao lado). O mesmo caso também já foi objeto de um inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e de uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Correição

O Tribunal de Justiça do Paraná esta sendo submentido nesta semana a uma correição do CNJ. Ontem, o juiz auxiliar da corregedoria-geral do CNJ Ricardo Chimenti não confirmou se a investigação da denúncia contra os desembargadores é um dos focos da correição, mas também não negou. "Eu não tenho essa informação. Pode ser que outra pessoa tenha", disse. De acordo com Chimenti, o objetivo da correição é investigar indícios de descumprimento de determinações feitas pela Corregedoria Nacional após inspeções realizadas em 2009 e 2011.

Segundo ele, há uma equipe de 14 pessoa vistoriando o TJ. "Temos um grupo na área de contratos, outro na área administrativa, outro cobrindo a área jurisdicional, outro com o andamento de reclamações disciplinares contra magistrados e outro com a parte de precatórios", detalhou.

A baixa produtividade do TJ é um dos pontos que será analisado pelo CNJ. Segundo o órgão, a média de processos julgados por desembargador no tribunal paranaense corresponde à metade da média nacional de tribunais de outros estados (leia mais nesta página).

O CNJ vai verificar também a falta de estrutura em unidades judiciárias de 1.º grau no interior do estado, além das unidades administrativas e judiciais da Justiça comum estadual de primeiro e segundo graus, além dos cartórios de notas e registros.

Colaborou: Yuri Al’Hanati

Aumento de despesas com servidores será avaliado

Euclides Lucas Garcia

Um dos alvos da investigação do CNJ no Judiciário do Paraná é o risco de aumento de despesas com magistrados e servidores. Isso ocorre mesmo diante dos baixos números de processos julgados por desembargador no estado: 626 casos contra 1.227 na média nacional – os dados são de 2011.

Nos últimos meses, o TJ encaminhou à Assembleia Legislativa três projetos de lei aumentando o número de desembargadores e também o de funcionários, efetivos e comissionados. Dois deles já foram aprovados. Um cria 25 novos cargos de desembargador e 175 postos em comissão para assessorá-los, a um custo que vai chegar a R$ 30,1 milhões para 2015. O outro cria 115 cargos de assessor comissionado de desembargador, o que custará R$ 12,2 milhões aos cofres públicos em 2015.

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