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No fim da tarde desta sexta-feira foram enterrados dois corpos de ciganos em Paranavaí

O delegado Marcolino Aparecido da Costa, responsável pela investigação do tiroteio ocorrido num acampamento de ciganos, em Paranavaí, Noroeste do estado, afirmou que o caso vai ser bastante trabalhoso. Durante uma festa de casamento, no Jardim São Jorge, os convidados se desentenderam e houve troca de tiros - quatro pessoas morreram e cinco ficaram feridas, na noite de quinta-feira (25). "A investigação vai ser complicada, pois se trata de um grupo nômade que não tem residência fixa e muitos já deixaram a região", disse o delegado. Segundo a polícia, ciúmes teriam motivado o tiroteio.

Costa diz que muitas pessoas se envolveram na briga entre as famílias ciganas. Cerca de 70 convidados participaram da festa. "Alguns veículos foram abandonados e vamos procurar saber quem são os donos para chegar até as pessoas que abandonaram o local que podem ter participação", afirma. "Temos de esperar o resultado da perícia e colher os depoimentos. Vamos esperar as pessoas que estão hospitalizadas se recuperar para interrogá-las."

O delegado aguarda a recuperação de um dos feridos que está internado na Santa Casa de Paranavaí. Segundo Costa, o cigano Edinael Ferreira Alves, 24 anos, teria participado da troca de tiros e deve ser preso assim que deixar o hospital. "Ele pode nos dar mais informações sobre o que aconteceu. Por meio dele podemos chegar aos outros suspeitos de terem participado do tiroteio", lembra Costa.

Duas vítimas moradoras de Paranavaí foram enterradas nesta sexta-feira (26). Os outros dois corpos seguiram para São Paulo.

Troca de tiros

A festa organizada pelos ciganos para comemorar dois casamentos acabou em tragédia. De acordo com a Polícia Civil, a confusão aconteceu por volta das 20 horas de quinta-feira, depois que duas famílias de regiões distintas começaram a discutir. Seis pessoas foram presas. Armas e veículos foram apreendidos.

De acordo com o delegado, o desentendimento entre as duas famílias, uma da região de Paranavaí e outra do interior de São Paulo, começou por ciúmes. Uma das mulheres que estaria prometida a um dos ciganos foi assediada por outro rapaz. "Foi neste instante que começou a confusão entre eles", disse o delegado.

No meio da discussão começou o tiroteio que deixou quatro mortos e cinco feridos. Após a troca de tiros, famílias revoltadas com a morte de parentes ainda fizeram um quebra-quebra no terreno onde acontecia a festa. Carros foram danificados e tendas foram destruídas.

Segundo o Instituto Médico Legal de Paranavaí (IML), entre os mortos estão Renato Alves, 59 anos, e o filho Vaussemoura Alves Ferreira, 29, do grupo de São Paulo, e Derivan Alves da Silva, 45, e o filho Delvane Alves da Silva, 17, da família de Paranavaí. Segundo a polícia foram disparados quase cem tiros. "Mais pessoas poderiam ter morrido", disse Costa.

Ficaram feridos José Ribamar Neves da Silva, 18 anos; Jaílton Alves Castelo Branco, 30; Julsonéia Neves da Silva, 58; Jucelino Alves Ferreira, 38; e Edinael Ferreira Alves, 24. Julsonéia permanece internada em estado gravíssimo na Santa Casa da cidade e os outros quatro não correm risco de morrer. Edinael está internado sob escolta policial e assim que for liberado também vai ser preso por envolvimento no tiroteio.

Os ciganos presos são Paulo Henrique da Costa, 23; Wecley Wander Castelo Branco, 22; Walto da Costa, 42; Gil Alves, 51; Valdecy Oliveira da Silva; 26 e Demivaldo Gomes da Silva, 29. Peritos da polícia que foram até ao local da tragédia ainda apreenderam três revólveres e uma escopeta, além de munição.

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