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Bandeiras dos partidos toma conta da paisagem da cidade de 18 mil habitantes | Alessandro Libano (Tuka)/Gazeta do Povo
Bandeiras dos partidos toma conta da paisagem da cidade de 18 mil habitantes| Foto: Alessandro Libano (Tuka)/Gazeta do Povo

Emprego é o discurso dos candidatos e o clamor da população

Com Índice de Desenvolvimento Humano em 0,666, em 2000, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cândido de Abreu está entre os dez municípios do Paraná com menor IDH. O número macabro se reflete principalmente na falta de emprego e geração de renda, preocupação constante da população. Todos os anos a cidade perde seus jovens que migram, principalmente para Santa Catarina.

"Precisamos de incentivos para abrir vagas. Não podemos depender só da prefeitura para te emprego", disse o comerciante Evandro Melak. Ambos os candidatos dizem saber da demanda e incluíram a insatisfação nos discursos. Estradas para escoamento da produção do município agrícola também são plataforma de campanha. "O presente de natal melhor seria que a pessoa mais justa ganhe e trabalhe para nosso município de verdade", disse o eleitor Euflásio Lopes de Souza, 29 anos.

O espírito natalino deu lugar à rivalidade política

É meio dia, e em Cândido de Abreu, região Central, as pessoas se reúnem para ouvir rádio. Ao contrário de outras emissoras, nas quais nessa época do ano predominam os jingles publicitários de Natal, nas duas rádios locais o que se ouve é o horário eleitoral gratuito. O clima de campanha tomou conta da cidade, pois antes da chegada do Papai Noel, a população vai escolher um novo prefeito. A eleição foi determinada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), depois que o vencedor do pleito de 2008 não pôde assumir a administração. Richard Golba (DEM) e o vice Luiz Czerpicki (PDT) tiveram o registro de candidatura negado em decorrência de irregularidades encontradas em uma prestação de contas de mandato anterior.

João Peda Soares (PSDB), presidente da Câmara de Vereadores e prefeito interino desde 1º de janeiro, e Josnei Erivan Freitas (PMDB), segundo colocado nas eleições do ano passado, disputam o apoio de 12.244 eleitores. Parte da população já tomou as ruas e as bandeiras amarelas e vermelhas dos partidos substituem as tradicionais decorações natalinas. Mesmo quem passa pela rodovia de acesso e não entra em Cândido de Abreu consegue perceber o clima nada fraterno entre os correligionários.

Todos os dias a promotoria recebe representações contras as coligações. "Propaganda irregular e carro de som em locais proibidos são bem frequentes, mas até agora não tivemos nenhuma considerada grave", disse Fabiano Marques do Amaral, chefe do cartório eleitoral. São graves, segundo ele, compra de votos e abuso do poder econômico, denúncias que se comprovadas podem ocasionar a impugnação de candidaturas.

A ocasião única ainda serve de palanque para outros candidatos que devem dar as caras em 2010. "Por ser só aqui, está bem mais agitado que ano passado. Sempre tem deputados, o vice-governador (Orlando Pessuti) também já veio", contou Amaral. Roberto Requião deve passar por lá nesta quinta-feira (3), informa sua assessoria, e Beto Richa também prometeu presença.

Nada de folga

No dia 13 de dezembro, data do pleito, o horário de verão vai permitir que o vencedor seja conhecido ainda durante o dia. A previsão é que antes das 18h30 o resultado seja divulgado. Para isso, a justiça eleitoral vai contar com dois funcionários, um estagiário, além do promotor e da juíza locais. O recesso que começaria em 20 de dezembro será atrasado em Cândido de Abreu, visto que perdendo ou ganhando, as coligações precisam prestar contas. "Minhas férias que seriam em novembro foram cassadas", disse Amaral.

A cerimônia de lacre das urnas eletrônicas será no dia 9, que depois serão enviadas para 38 locais de votação. A convocação de mesários e fiscais deve envolver cerca de 200 pessoas. O efetivo da Polícia Militar ainda será reforçado com o apoio de outros 25 policiais. O grupamento local tem seis soldados. A preocupação maior é com a noite de véspera, quando as estradas rurais ficam desguarnecidas abrindo brechas para compra de votos.

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