O município de Engenheiro Beltrão, no Noroeste do Paraná, está em estado de emergência em razão dos estragos que a seca prolongada provocou na agricultura. O prefeito Elias Lima (PR) informou que vai publicar na segunda-feira (19) o decreto de emergência.
Não chove forte na região desde novembro, o que prejudicou o desenvolvimento das lavouras de soja e milho. Engenheiro Beltrão é o quarto município do Noroeste a decretar estado de emergência, por causa da estiagem, nas últimas duas semanas.
A falta de chuva atingiu em cheio o período de floração das plantas. Técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e do Ministério da Agricultura avaliaram as perdas da safra de verão. Segundo Lima, o levantamento aponta que 60% da produção de soja e 70% das lavouras de milho foram perdidas.
A previsão dos produtores era colher 1,4 milhão de sacas de soja, produto com a maior área de plantio do município. Com a estiagem a produção deve cair para 700 mil sacas. "O prejuízo para a cidade será de R$ 1,3 milhão até 2010, com a diminuição na arrecadação de impostos", explica o prefeito.
Com a decretação de estado de emergência, os produtores rurais terão condições de prorrogarem suas dividas agrícolas e também acesso a créditos especiais. "Quem plantou com seguro agrícola, vai receber o dinheiro que perdeu. O problema maior e o financiamento das safras anteriores e as dividas com equipamentos agrícolas", disse Lima.
Dívidas
O município também enfrenta problemas com dívidas. Elias Lima, que assumiu a prefeitura de Engenheiro Beltrão em janeiro, afirma que herdou a cidade com uma dívida que ultrapassa R$ 8 milhões.
Só para o INSS o município deve R$ 6 milhões, dinheiro que teria sido descontado dos funcionários e não repassado ao órgão, segundo o atual prefeito. "Sem quitar as dívidas o município não recebe mais as verbas governamentais", afirma Lima.
A reportagem da Gazeta do Povo Online tentou ouvir o ex-prefeito José Dalpont (PMDB), mas ele não foi localizado.
Região
Outros três municípios da região já decretaram estado de emergência por causa da estiagem. Em 9 de janeiro, o prefeito Antônio Fuentes Martins, de Floresta, a 30 quilômetros Maringá, no Noroeste do estado, o disse que a estiagem causou perdas entre 60% e 70% nas lavouras de milho e soja.
Na terça-feira (13) foi a vez da prefeitura de São Pedro do Ivaí, a 80 quilômetros de Maringá, decretar emergência. Segundo a prefeita, Maria Regina Rosa Magi (DEM), dos 500 hectares que foram plantados com milho, apenas 20% serão aproveitados. Nos campos de soja, que foram cultivados em 7.800 hectares, as perdas chegarão a 60%.
O município de Itambé, também da região Noroeste do Paraná, decretou emergência a sexta-feira (16). A estimativa é que as perdas cheguem a 80% na produção de soja e de 60% na de milho.
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