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Uma equipe de reportagem de Campo Mourão, a 90 quilômetros de Maringá, sofreu um atentado na madrugada desta sexta-feira (11). O escritório onde é editado o programa policial Campo Mourão Urgente, veiculado diariamente pela emissora TV Carajás, canal independente, recebeu cinco tiros, um dos quais atingiu de raspão o editor da equipe.

O ataque foi cometido por volta da 1h, por dois homens que estavam em uma moto. Eles ainda não foram localizados. A Polícia Civil designou uma equipe para cuidar do caso.

Além do editor, também estava no escritório o cinegrafista da equipe, Rogério Pimentel. "A gente estava na ilha de edição, trabalhando em um material que tínhamos gravado à tarde, quando ouvimos os disparos. O tiro acertou o braço da cadeira e depois perfurou o estofado", conta Pimentel, que não se feriu. O editor se queimou, mas não precisou ser encaminhado ao hospital. Outros dois tiros acertaram o carro da equipe, que estava na garagem.

A equipe de reportagem está há apenas quatro dias na cidade. "Estamos vindo de Maringá, onde trabalhamos em outro programa policial. Então tenho certeza que não era uma vingança contra a gente, mas contra uma equipe antiga", fala Pimentel. De acordo com ele, há cerca de um mês um repórter do programa foi ameaçado de morte por um homem flagrado dirigindo embriagado. Assustado, o jornalista deixou a cidade.

"Não podemos afirmar que foi esse homem [que fez a ameaça], mas existe essa possibilidade", acrescenta Pimentel. Já a produtora do programa, Rita de Cássia de Santos, acredita que o atentado tenha partido de traficantes que querem "inibir o trabalho da imprensa".

O escritório de edição fica na Avenida Brasil, no centro da cidade, separado da sede da emissora. O programa Campo Mourão Urgente é produzido independentemente e, então, veiculado na TV Carajás, cujo sinal é sintonizado por VHF ou cabo. Depois do atentado, a equipe decidiu mudar a ilha de edição para um apartamento. "Aquele escritório não tem segurança nenhuma. O portão é baixo e fácil de pular. Os policiais disseram que, se quisessem, aqueles homens poderiam ter invadido o local e nos matado", fala Pimentel.

Investigação

A Polícia Civil designou uma equipe para cuidar do caso, mas até a tarde de sexta não havia detido qualquer suspeito. De acordo com o delegado-chefe da 16ª Subdivisão Policial, José Aparecido Jacovós, a polícia aguarda o depoimento do apresentador do programa para então seguir uma linha de investigação. "Possivelmente o nosso trabalho será pautado em possíveis desafetos ou pessoas que não gostaram do conteúdo de algumas reportagens", explica.

Ataques à imprensa

Esse não foi o primeiro caso de ataque à imprensa em Campo Mourão. Em 2006, o radialista José Aparecido da Silva "Lobinho", foi vítima de atentado em sua própria residência. Lobinho, que comandava um programa policial na extinta rádio Humaitá AM, conta que a casa e o seu automóvel foram atingidos por cerca de 30 disparos de pistola ponto 40. "Eu e minha esposa só não fomos atingidos porque estávamos deitados no chão". Quatro dias após o ocorrido ele se mudou com a família para Umuarama, onde reside atualmente.

Outra situação ocorreu em 2007, envolvendo o apresentador de TV e de rádio Ricardo Borges. Na ocasião, o automóvel da equipe de reportagem (que estava estacionado em frente à residência de Borges) recebeu dois tiros. "Foi um rapaz que ficou chateado com uma matéria e atirou pra fazer intimidação", relembra o apresentador, que também exibe programa na TV Carajás.

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