Os trabalhadores dos Correios em Maringá aderiram ao movimento nacional e entraram em greve nesta quarta-feira (18). A confirmação foi feita pelo coordenador regional do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Fabiano Perina Celestino.
Até as 9 horas, o subsede do sindicato não havia feito a contagem oficial de quantos funcionários cruzaram os braços, mas disse acreditar que o número girava em torno de 70 ou 80 servidores. Além do Paraná, a paralisação ocorre em outros seis estados.
Celestino confirmou que as entregas de correspondências e encomendas não devem sofrer atrasos nos primeiros dias de greve porque a adesão não é considerada alta em Maringá. Os funcionários pediram um aumento de 35% nos salários como ganho real e 7,7% de ganhos sobre a inflação.
O coordenador confirmou que os funcionários receberam uma proposta de reajuste salarial próximo a 8% sobre o salário e 6,27% sobre os benefícios, mas não aceitaram. "Mas a nossa principal luta é contra a terceirização do plano de saúde. Temos participação, pagando porcentagem do plano atual, e a empresa mantém. Com a terceirização, os custos aumentariam."
Segundo Celestino, os grevistas de Maringá também querem mais segurança. A categoria alerta que é constantemente assaltada porque faz serviços para bancos. "Sofremos assaltos quase todos os dias. Quase toda a unidade é assaltada na região de Maringá e isso causa pavor entre os funcionários."
A categoria não pretende realizar protestos no primeiro dia da greve. Até as 9 horas, os funcionários estavam parados na frente da unidade dos Correios na Avenida Mauá.
Movimento em outros estados
A decisão do Paraná segue a adotada por Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Sul, Tocantins, São José dos Campos (SP) e Vale do Paraíba (SP). A reunião feita entre a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafo (ECT) na terça-feira (17) terminou sem acordo. A Fentect rejeitou a proposta da ECT.
O encontro aconteceu no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Em nota, o órgão informou que o vice-presidente do tribunal, o ministro Antônio José de Barros Levenhagen, encerrou os trabalhos após as partes não chegarem a um entendimento, devido à resistência da federação de trabalhadores.
Segundo os Correios, o ministro do tribunal chegou a ressaltar que proposta econômica feita pela ECT era satisfatória. A empresa ofereceu reajuste de 8% nos salários (o que, segundo a ECT, repõe integralmente a inflação do período, de 6,27%, e garante ganho real de 1,7%); de 6,27% nos benefícios; pagamento de vale extra no valor de R$ 650,65, a ser creditado em dezembro; e Vale Cultura, dentro das regras de adesão ao programa implementado pelo governo federal.