O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou ontem o Plano Safra das culturas de inverno com um apelo para que a triticultura amplie a produção, invertendo a tendência de cortes na área plantada verificada nas últimas safras. O programa prevê elevação de 5,99% nos preços mínimos do trigo, para R$ 531,00 por tonelada. O setor produtivo esperava reajuste desde 2010, quando o índice foi reduzido, e avaliou que são necessárias medidas complementares para que o governo consiga evitar escassez e inflação no preço do pão.
O trigo é o principal foco do Plano Safra, programa que deve disponibilizar R$ 430 milhões para a garantia de preços mínimos. Essa garantia, na prática, depende de Aquisição do Governo Federal (AGF), Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro).
A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) considerou o reajuste baixo, considerando que o custo de produção estimado pela própria Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é maior que o preço mínimo. A Conab calcula um gasto operacional de R$ 576,50 por tonelada para a região de Londrina.
Maior produtor nacional, o Paraná reduziu as lavouras de trigo nos últimos três anos, numa sequência de tombos de 10%, 10% e 27%, até rebaixar os trigais a 776 mil hectares em 2012. Para voltar à marca de 1,3 milhão de hectares, registrada em 2009, é preciso ampliar o cultivo em 69%.
Na avaliação de Robson Mafioletti, assessor técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), mesmo sem garantia de cobertura total dos custos, o cereal deve recuperar parte da área perdida no Paraná.
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