Com pouco mais de 20 anos, Goioerê, na Região Oeste do estado, passava por momentos difíceis durante parte da década de 70. Coronéis, pistoleiros e opositores se distribuíam e lutavam para mandar em cada canto do município. Mas eles não tinham vida fácil. Armado com coragem, o então vice-prefeito, Antonio Fernando Nunes, não recuava sequer um minuto.
"Ele denunciava qualquer bandido. Não tinha medo algum. Se precisasse, falava até no palanque", recordou o vereador, Enézio Ferreira Lima (PDT), o Mackena. Nunes aprendeu a usar a coragem aos 10 anos, quando o pai faleceu.
Nascido em Castro, em 3 fevereiro de 1944, ele mudou-se para Goioerê para desbravar a nova cidade. Com a mudança, criou também nova identidade: Toninho Coletor, apelido recebido por trabalhar como agente de rendas.
Como Goioerê, evoluiu com o município. Tornou-se vereador na década de 1970 e, junto com o ex-prefeito Luís Kamide, foi eleito vice-prefeito em 1977. Exerceu a função até 1982.
Durante os 30 dias em que assumiu a prefeitura da cidade, fez a ligação entre a Avenida Mauro Mori, uma das principais da cidade, à rodovia que ligava Goioerê ao resto do estado. Toninho ainda foi presidente da Sociedade Rural de Goioerê, quando fez parte da construção do parque de exposições.
Apreciador do bom futebol, o torcedor do São Paulo, que assistiu duas Copas do Mundo (1978 e 1982), deixa três filhos, Adriana, Keila e Junior, e quatro netos (o quinto, filho de Junior, está a caminho).
Dia 17 de junho, aos 68 anos, de ataque cardíaco, em Maringá.