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 | Arquivo da família
| Foto: Arquivo da família

Sétima filha de um casal de japoneses, Aparecida Yoshie Hossokawa Fuzita nasceu em Londrina em 1945, durante o último ano da Segunda Guerra Mundial. Mesmo distante dos campos de batalha, o conflito foi um período de muitas dificuldades para os nipo-brasileiros, que, vítimas do preconceito, foram afetados por medidas restritivas do governo Getúlio Vargas, que havia declarado guerra ao Japão. Apesar da conjuntura política, os pais de Aparecida, Nisuke e Yaeki, não se abalaram, mantendo a esperança de dias melhores nas terras brasileiras.

Junto com seis irmãos e cinco irmãs, Cida ou Yoshie, - como era mais conhecida -, aprendeu a trabalhar nas lavouras de café, onde passava horas. Com o esforço, a família adquiriu uma propriedade em São Jorge do Ivaí (noroeste), para onde se mudou por volta de 1960.

No recém-criado município, Aparecida conheceu Célio, com quem se casou em 1968 e teve duas filhas, Cristina e Cíntia. No final da década de 1960, o Paraná passou por um período de êxodo rural que levou a maior parte da comunidade nipo-brasileira aos grandes centros urbanos. Cida também deixou o campo e se mudou para Apucarana e, na sequência, para Maringá.

Para ajudar no sustento da família, Aparecida se reinventava. Mesmo com seu jeito mais reservado, ajudou a tocar uma vídeolocadora. Habilidosa com as mãos, também costurava, atendendo as senhoras da sociedade maringaense.

No fim da década de 1980, Aparecida se mudou para Toyota (Japão) com parte da família. Nesse período, muitos nipo-descendentes seguiam o caminho inverso dos pais e avós, partindo para o Japão à procura de oportunidades. E não foi diferente com a família Fuzita. No Japão, Yoshie ajudava no recrutamento e assistência aos trabalhadores brasileiros. "Tínhamos saudades do Brasil porque nossas raízes estavam aqui", relembra Célio. A família voltou em 1995.

Nos últimos anos, Aparecida dedicava seu tempo à leitura, às orquídeas,e, principalmente, cozinhar para a família e paparicar os netos, onde encontrava forças para lutar contra o câncer. "O sonho dela era viver mais para ver os netos crescerem", relembra o irmão Mário Hossokawa, presidente da Câmara Municipal de Maringá.

Deixa marido, duas filhas e cinco netos.

Dia 14, aos 67 anos, de câncer, em Maringá.

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