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O fim de ano será especialmente mais feliz para seis paranaenses. O motivo está no fato de que todos eles receberam órgãos de Gabriel Lopes Candiotto, 9 anos, que morreu neste mês, depois de ser atropelado, na Avenida Duque de Caxias, uma das mais movimentadas de Maringá. Para a mãe do menino, Edivania Lopes Ferreira, 32 anos, optar pela doação foi uma decisão sensata. "Quando meu filho teve morte encefálica, eu disse para a médica: ‘Não podemos enterrar o que ainda está vivo’", contou.

Gabriel não era nada quieto. Segundo a mãe, o filho, que completaria 10 anos no dia 21 de dezembro, mal chegava da escola, no fim da tarde, e já corria para a casa de um primo no mesmo bairro onde mora, o Jardim Alvorada. O trato era de que ele poderia ficar lá até as 20h, mas nem sempre obedecia, obrigando os pais a ir buscá-lo. "Ele era sem vergonha", contou a mãe, em tom de brincadeira. "Sempre falava que não tinha tarefa, para ir ver o João [primo]."

Gabriel era inteligente. Edivania contou que, durante o funeral, a direção da escola na qual o filho estudava entregou uma medalha, referente ao bom desempenho que ele teve em um campeonato de matemática. "A direção me contou também que ele se saiu bem em uma competição de soletrar."

Deixou a mãe, o padrasto e dois irmãos. Dia 9 de dezembro, vítima de atropelamento, aos 9 anos.

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