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Octávio Zerbinatti era do tipo que não conseguia ficar parado. Mesmo após nove anos de aposentadoria, ele tinha mais disposição do que muitos jovens. Diariamente, ele cultivava flores, fazia artesanato, brincava com seus três cachorros de estimação e ainda gostava de falar sobre filmes de faroeste – seu gênero cinematográfico favorito.

Zerbinatti nasceu em Lutécia, no interior de São Paulo, mas se mudou para Maringá, no Noroeste do Paraná, em 1959. Primeiro, ele trabalhou em lavouras, depois foi pedreiro e, por fim, prestou serviço durante 23 anos no Cemitério Municipal de Maringá. Deste último trabalho, ele colecionou várias histórias, que contava com orgulho aos familiares e amigos.

"Todos os ‘causos’ eram engraçados, para ninguém ficar com medo do cemitério", lembrou a filha mais nova, a professora Margarida Zerbinatti, 45 anos. "Ele dizia, por exemplo, que tomava as bebidas que algumas pessoas, sobretudo descendentes de japoneses, deixavam em túmulos de familiares."

Deixa mulher, dois filhos e uma neta. Dia 24 de abril, de câncer no pulmão, aos 73 anos.

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