Desde criança, os primeiros traços no papel de Rubens Gonçalves Paula já revelavam um talento nato para o desenho. O dom, porém, só começou a ser explorado de fato na juventude, depois de se mudar para o Paraná, para cursar Arquitetura e Urbanismo na Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde se formou em 1987.
Só depois da graduação é que passou a trabalhar em escritórios de arquitetura. O grande marco, porém, deu-se quarto anos mais tarde, quando Rubinho, como era conhecido, foi para a Prefeitura de Campo Mourão, na região Noroeste do Paraná, onde desenhou o projeto da projeto de vida.
Na cidade que adotou como lar, Rubens constituiu família e foi responsável por projetos arquitetônicos que marcaram a história local. De seus traços, nasceram parques e vias de acesso. De seus desenhos, ganharam forma concreta o Teatro Municipal e a revitalização das Praças São José e Getúlio Vargas.
Sentia prazer em colaborar e também costumava dar orientações profissionais para amigos e entidades. "Ele cobrava coisas bem feitas e se sentia realizado quando as obras aconteciam", lembra a mulher Ricardina. No entanto, uma das maiores alegrias de Rubens não foi nenhum de seus trabalhos, mas sim, ter visto a filha Desiree seguir o caminho da arquitetura.
Ele tinha como hobbies a marcenaria e o futebol. Torcedor do Palmeiras e do Noroeste de Bauru, Rubens frequentava religiosamente o Clube dos 30, onde jogava truco e batia uma bolinha. De jeito introspectivo e, às vezes, até um pouco desligado, era conhecido pelos amigos como Patolino.
Foi justamente enquanto participava de uma partida de futebol que acabou sofrendo um infarto. As mãos que ajudaram a dar forma a Campo Mourão não desenham mais, mas o legado de um homem que amou a cidade continua presente na vida dos mourãoenses. Deixou a esposa e uma filha.
Dia 5 de maio, aos 50 anos, de infarto, em Campo Mourão