Muitos funcionários souberam do fechamento quando chegaram à empresa, para mais um dia de trabalho

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A fábrica de cadernos escolares Credeal, que tinha uma unidade em Astorga, fechou as portas no Noroeste na última sexta-feira (29), demitindo cerca de 110 funcionários. A notícia da demissão foi dada quando os trabalhadores chegavam para começar mais um dia de expediente. Já outros receberam o aviso em casa. A Credeal, que estava na cidade desde 1999, já teve um quadro de 230 funcionários. A empresa era considerada como a quinta que mais arrecadava impostos para o município, mesmo com as isenções do governo do estado.

Uma das principais polêmicas no caso implica no fato de que, no começo de suas atividades, a empresa recebeu da prefeitura isenção de impostos municipais e estaduais, além de um terreno e prédio onde se localizava. Mesmo com a escritura do terreno passada para a empresa em 2008, as atividades da fábrica foram cessadas sem aviso prévio.

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Em entrevista ao Bom dia Paraná desta terça-feira (2), o prefeito de Astorga, Arquimedes Ziroldo, disse que foram gastos quase R$ 1 milhão para que a fábrica começasse a funcionar em 1999. Para recuperar os gastos com a empresa, o prefeito decretou o terreno e o prédio como utilidade pública. "Vamos através de nossa procuradoria jurídica dar entrada ao processo de anulação da escritura de doação, que foi feito pela administração passada", explicou.

A ex-funcionária, com cinco anos de fábrica, Jassira Vitorelli, ficou sabendo de sua demissão por amigos do emprego. "Na hora em que eles desceram do ônibus, já chorando, me avisaram que a Credeal havia fechado", comentou.

Ainda de acordo com informações do Bom dia Paraná, a Credeal teria fechado as portas por causa dos prejuízos causados pela crise mundial do ano passado, mas abriu uma filial em Santa Catarina. Além da filial de Astorga, outras duas no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul foram fechadas da mesma maneira. O diretor da empresa, que poderia falar sobre o assunto, está na Alemanha.

Redirecionamento da estrutura produtiva

De acordo com a assessoria de comunicação da Credeal, o encerramento da produção de cadernos na unidade industrial de Astorga deve-se a "determinação da empresa de manter-se cada vez mais competitiva", redirecionando a estrutura produtiva e concentrando equipamentos, linhas de produção e mão-de-obra nas plantas industriais de Serafina Corrêa (RS) e Biguaçu (SC).

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Segundo o superintendente da Credeal, Fernando Carlos Alban, a iniciativa de centralizar o processo de produção nas duas unidades é unicamente industrial e não afetará de maneira alguma o sistema de comercialização de produtos da empresa. "Estamos adequando estrategicamente as operações da Credeal que, desde a sua instalação em Astorga, sempre atendeu todas as obrigações e compromissos assumidos junto ao município, tanto de ordem legal como trabalhista", comenta.

No comunicado repassado para a imprensa, o superintendente ainda complementa: "Neste momento, todos os ajustes que estão sendo implementados visam manter a posição de liderança e a expressiva participação da empresa no segmento em que atua, com o propósito de crescimento, expansão dos negócios e fortalecimento da marca no mercado nacional e internacional".