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Juros do crédito consignado atingem índice mínimo

O aposentado Jorge Luiz da Silva: acesso a juros mais baixos com desconto em folha ajudou na renegociação de empréstimos antigos | Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
O aposentado Jorge Luiz da Silva: acesso a juros mais baixos com desconto em folha ajudou na renegociação de empréstimos antigos (Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo)

O empréstimo consignado – categoria que, pelo seu baixo risco, tem os juros mais baixos do mercado de crédito –, encerrou o mês de abril com a menor taxa média desde que a operação passou a ser acompanhada mensalmente pelo Banco Central, em janeiro de 2004. Nesse período, os juros passaram de 41,4% para 25,9% ao ano.

O consignado é líder entre as modalidades de crédito pessoal e o principal motivo está na diferença da taxa média, conforme mostra uma pesquisa do Banco Central com treze dos bancos que operam com crédito pessoal. Enquanto o consignado tem uma taxa de 25,9% ao ano, os juros médios do crédito pessoal – que inclui Crédito Direto ao Consumidor (CDC), cartão de crédito e cheque especial – fecharam abril em 44,7%.

O crédito consignado corresponde a 58,7% de todos os contratos de crédito pessoal fechados em abril. Em 2010, o volume de empréstimos era menor, mas a porcentagem de participação do consignado no universo do crédito pessoal era maior (61%).

O que não mudou nesse período foi a carteira de clientes do consignado, formada em 85% por aposentados, pensionistas e servidores públicos. A estabilidade dos funcionários públicos é uma garantia para os bancos – afinal, como as parcelas são descontadas em carteira, o risco de inadimplência é praticamente zero. Para essas categorias profissionais, a taxa máxima de juros passou de 2,34% para 2,14% ao mês, para empréstimos, e 3,06% ao mês, para o cartão consignado.

Para Miguel Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), a redução da participação do consignado no total de empréstimos mostra que houve uma pequena diversificação na contratação de crédito, sobretudo após a redução de juros iniciada em abril. Um outro dado parece apontar no mermo sentido: o número de contratações de consignado por aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) caiu 13,80% de março para abril, segundo dados do Ministério da Previdência Social. A soma das operações nesse segmento totalizou R$ 2,556 bilhões em abril, cerca de 2% menos que no mês anterior.

Limitação

Márcio Alaor de Araújo, vice-presidente do banco BMG – um dos líderes em crédito consignado no país com mais de 5 milhões de clientes –, diz que a queda no número de contratos e no volume de dinheiro tomado não foi sentida pelo banco, que registrou crescimento de 18% em maio e projeta 22% para junho. "Quando as pessoas começam a falar em crise, a redução nas contratações é automática. Além disso, tem o máximo de 30% da renda para aposentados e pensionistas, que limita novas contratações. Esse cenário, no entanto, só favorece o consignado, que tem os menores juros", diz. "Além do setor público, que ainda tem muito potencial, temos o setor privado, que é praticamente inexplorado", afirma o vice-presidente do BMG.

A maioria das pessoas pega o crédito consignado para quitar dívidas com juros mais caros, como cartão de crédito e cheque especial, explica Ribeiro de Oliveira, da Anefac. "Num cenário de risco, com o endividamento, os bancos devem privilegiar essa operação, que ainda é a melhor alternativa para quem precisa de empréstimos com prazo longo e juros baixos".

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