Moradora mostra estragos causados pela trepidação dos trens
- RPC TV Cultura
Após receber condenação em dezembro, a América Latina Logística (ALL) entrou com recurso na última quarta-feira (3) contra decisão da 3ª Vara Cível de Maringá. A empresa foi condenada em primeira instância a pagar indenização por danos morais e materiais a um grupo de 62 moradores do Jardim Guararapes, em Maringá. A ação é em decorrência das manobras realizadas em um pátio próximo às residências, o que causou abalo nas estruturas, além de incomodar a vizinhança com o barulho. Cada um dos autores da ação têm o direito de receber R$ 50 mil. A ALL informa que apresentou apelação, pois a condenação teve por base o Código de Defesa do Consumidor, o que é descabido nessa situação, visto que os moradores do Jardim Guararapes não são clientes da companhia.
Os moradores alegam ainda que parte das cargas manobradas na chamada "Estação Montanha" é considerada de risco, como combustíveis, além de grãos e outras mercadorias. O horário também é outro problema, e o grupo pede o fim desse tipo de operação entre 22h e 07h30.
"Troquei o azulejo várias vezes, mas as rachaduras permanecem. Caem todos os azulejos. Já arrumamos e tudo isso é por causa do trem. Quando ele passa carregado aqui treme tudo. Até a gente sente a casa vibrar ", disse em entrevista ao Paraná TV a moradora Terezinha Alves, que considera um avanço essa primeira decisão da Justiça. Já outra vizinha, a dona de casa Maria Madalena, não se contenta com a indenização "Espero que o trem pare de fazer manobra aqui também", disse.
A ALL explica que além da decisão estar embasada de forma equivocada, não há provas anexadas ao processo, o que foi solicitado na apelação apresentada pelos advogados da empresa na última semana. A companhia pede uma perícia técnica para apurar a condição em que se encontram os imóveis dos autores, a real existência de danos, as causas destes e quais os seus eventuais reflexos, explica a nota oficial.
Ainda segundo a companhia, diariamente circulam pela região entre 10 e 12 trens carregados com produtos originados na região, como soja, farelo e milho, e também produtos destinados ao município e imediações, como cimento, adubo e combustível. Outra situação alegada é o tempo em que o pátio de cargas existe no local: cerca de 50 anos, sendo que as manobras são feitas desde a década de 80, antes mesmo da construção das casas.