A juíza substituta da comarca de Campo Mourão, região Noroeste, determinou liminarmente nesta quinta-feira (28) a interdição parcial da delegacia de Barbosa Ferraz. A decisão atende ao pedido do Ministério Público (MPE) que alega que a superlotação e a carência de pessoal acarretam riscos para população. De acordo com o delegado, Juarez Dias, vários princípios de rebelião foram registrados na unidade nos últimos meses. "Existem 17 presos condenados que exigem transferência para um presídio". De acordo com a liminar, metade dos 27 detentos terá de ser retirada no prazo de 30 dias.
Na ação civil pública, o promotor Fernando Barbugiani pediu ainda por mais policiais civis para atender as duas cidades que compõem a comarca Barbosa Ferraz e Corumbataí do Sul. Apenas um delegado responde pelas duas cidades, mas essa questão ainda não foi julgada. Atualmente, a comarca inteira conta com dois policiais civis que atendem uma população média de 18 mil habitantes.
Nos últimos seis meses foram três fugas e dois princípios de rebelião. A última tentativa ocorreu em 14 de abril, quando os detentos chegaram a por fogo em algumas celas, mas foram logo contidos com ajuda da Polícia Militar. Em 20 de janeiro, o mesmo detento conseguiu escapar duas vezes da delegacia em 24 horas.
Segundo o delgado Dias, não houve nenhuma mudança ou sinalização de transferência de presos até esta sexta-feira (28). "A mudança dos detentos será boa para os funcionários, para a sociedade e para os presos que têm direito de cumprir pena numa penitenciária", disse. Atualmente a carceragem comporta 24 homens e três mulheres. A capacidade é para 15 pessoas. Apenas o delegado e um escrivão cuidam do local durante o dia, e dois vigias se revezam nos turnos da noite.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) do Paraná disse que ainda não foi notificada oficialmente e que não vai se pronunciar sobre o assunto, por enquanto.
