O Instituto de Criminalística concluiu o laudo que atesta as circunstâncias do acidente que matou um funcionário da Prefeitura de Maringá em 18 de fevereiro deste ano. A perícia atestou que o cinto de segurança utilizado pelo homem estava desgastado e não tinha mais condições de uso. O laudo técnico foi entregue ao delegado responsável e anexado como prova no inquérito que investiga o caso nesta terça-feira (27), cerca de três meses depois do prazo previsto.
Antonio Benedito da Silva, de 51 anos, trabalhava na poda de árvores na esquina da Avenida Carneiro Leão com a Rua José de Alencar. O funcionário estava dentro de uma gaiola elevada por um guindaste, quando uma peça do equipamento se rompeu derrubando o homem na calçada, de uma altura de cinco metros. O cinto que prendia Silva pela cintura também não suportou o peso e cedeu.
Todas essas condições foram comprovadas no laudo. Ficou atestada a falha na sustentação da gaiola e a precariedade do cinto. Embora estivesse de capacete, o equipamento servia apenas para proteção dos galhos e não contra quedas.
De acordo com o delegado Clóvis Papa, ainda é cedo para afirmar se houve ou não um crime; nem é possível apontar um culpado. Já foram ouvidos para investigação os depoimentos de colegas de trabalho que estavam com a vítima no dia do acidente, dos policiais e da viúva. A Prefeitura ainda será intimada para prestar esclarecimentos. "Vamos ouvir ainda o chefe dele (Silva) e verificar como ele procedia geralmente no trabalho. Vamos verificar se os equipamentos de segurança eram individuais ou coletivos", disse Papa. Já o laudo do Instituto Médico Legal (IML) não foi entregue à polícia.
Papa explicou que se for comprovado negligência na segurança do trabalho, a prefeitura poderá responder criminalmente. "Poderia responder até por homicídio culposo (sem intenção de matar), mas isso em tese. Não podemos afirmar antecipadamente", disse o delegado.
Vagner Mússio, secretario municipal de Serviço Público, disse que ainda não tem conhecimento da conclusão do laudo, vai procurar se interar do assunto, mas não se pronunciará enquanto isso. Na ocasião do acidente a Secretaria de Obras informou que o caminhão e o guindaste eram do ano de 1991, e juntamente com todo equipamento, haviam passado por uma inspeção geral em novembro de 2008.