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falta de vagas

Mais de mil crianças devem ficar sem creche em Maringá

Duas mil crianças ingressam todos os anos nas creches da cidade. Quase 10 mil crianças são atendidas hoje | Kiko Vieira/PMM
Duas mil crianças ingressam todos os anos nas creches da cidade. Quase 10 mil crianças são atendidas hoje (Foto: Kiko Vieira/PMM)

Na próxima semana, recomeçam as aulas na rede municipal de Maringá, mas 1,3 mil crianças de até seis anos não poderão estudar. Essa é a carência de vagas nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) da cidade, conforme levantamento da Prefeitura, referendado pelo Conselho Tutelar.

O problema atinge principalmente crianças de zero a dois anos, que frequentam o berçário, cuja demanda reprimida é de 600 vagas. Essa faixa etária é considerada prioritária, pois muitos pais só podem estudar e/ou trabalhar se puderem deixar os filhos na creche.

Por ano, cerca de duas mil crianças ingressam nas creches da cidade. "Maringá cresce dia a dia. A demanda [por vagas] está aumentando muito. A solução é construir novas creches, senão o problema nunca será resolvido. É preciso ter CMEIs em todos os bairros", diz a presidente do Conselho Tutelar da Zona Norte, Noêmia Conceição Pereira.

A secretaria municipal de Educação, Márcia Socreppa, ressalva que a carência não significa exatamente falta de vagas. "Às vezes temos oferta em um determinado bairro, mas os pais estão procurando em outro". Todo ano, entre 200 e 300 vagas não são ocupadas por esse motivo.

Márcia reconhece que a demanda reprimida prejudica os pais, mas diz que a Prefeitura está se esforçando para ampliar a oferta de vagas. Segundo ela, nos últimos cinco anos, a carência nos CMEIs caiu de 8 mil para 1,3 mil vagas. Até março, três centros serão reformados e outros dois, construídos, permitindo que a rede atenda 700 crianças a mais. A cidade tem hoje mais de 50 CMEIs em funcionamento, que atendem aproximadamente 9,8 mil crianças – 2,4 mil em berçários.

A secretária acrescenta que as reformas e construções são feitas com base na demanda de cada localidade. "Construir creche em bairro que não está precisando não resolve nada. Temos um setor na secretaria que cuida apenas dessa questão geográfica".

Jardim Cidade Nova precisa de escolas

Em relação a escolas, a carência de vagas na rede municipal é menor. De acordo com Socreppa, o problema está circunscrito a poucos bairros da cidade, em especial o Jardim Cidade Nova. O bairro ganhará, na última semana de fevereiro, a primeira escola de educação integral do município. Cerca de 330 crianças serão atendidas. Ainda sim, 180 continuarão sem poder estudar.

O Conselho Tutelar reconhece que a situação nas escolas municipais é mais tranquila. "O problema é menor nas escolas porque, se não houver vaga mo bairro, a Prefeitura precisa dar transporte escolar gratuito. Então a criança estuda longe de casa, e o problema, de um jeito ou de outro, é resolvido", diz a conselheira.

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