Atualização
O empresário M.G. foi inocentado das investigações realizadas pela Polícia Civil de Campo Mourão contra sua empresa e noticiadas pela Gazeta do povo em 01 de março de 2011. Em 2011, a empresa realizava seletivas para descoberta de talentos na área futebolística, quando foi acusada de golpe. Naquela época, o empresário afirmava que tinha sido vítima de falsas acusações e que a empresa iria validar os contratos feitos com seus clientes. Na manifestação de arquivamento, publicada em 30 de agosto de 2013, o Juiz Mario Carlos Carneiro esclarece não ter ficado demonstrado a existência de má-fé pela empresa e a inexistência de fraude como meio de obtenção de vantagem ilícita, razão pela qual absolveu o empresário das acusações que lhe eram imputadas.
A quadrilha que aplicava golpes em pais que queriam ver os filhos jogando em times de futebol fez vítimas em várias cidades do Paraná. Além de Campo Mourão, onde o esquema foi descoberto, a Polícia Civil confirmou que queixas foram registradas em mais 17 cidades do estado. Somente na região Noroeste, foram nove Arapongas, Araruna, Campo Mourão, Cianorte, Goioerê, Maringá, Paranavaí, Peabiru e Umuarama.
Os golpes foram também aplicados em outros estados. De acordo com reportagem da RPC TV Maringá, a quadrilha atuava há mais de um ano no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. "Foi um ato aventureiro [dos integrantes da quadrilha]", comentou o superintendente da Delegacia de Campo Mourão, Claudinei Pereira. "[Eles] contrataram alguns professores de educação física, porém nenhum com conhecimento em futebol."
Em entrevista à Gazeta Maringá, Pereira disse que os três homens que foram presos em Campo Mourão, na quinta-feira (24) admitiram que aplicaram o golpe em pelo menos 50 famílias. Na reportagem da RPC TV Maringá, porém, a polícia informou que 80 inscrições foram feitas somente em Campo Mourão. Para que os filhos tivessem a chance de serem avaliados por olheiros de grandes times, os pais pagavam R$ 1,5 mil aos falsos agenciadores.
Quadrilha tinha manual de como aplicar o golpe
Para aplicar o golpe, a quadrilha se baseava nas orientações de uma espécie de manual de instruções. Nele, recomendava-se, por exemplo, que, ao chegar em uma cidade, os falsos agenciadores entrassem em contato com a primeira dama, a fim de fechar uma parceria de doação de alimentos não perecíveis a instituições de caridade. Era por esse motivo que, além de cobrar R$ 1,5 mil, eles pediam por um quilo de alimento não perecível.
Foz do Iguaçu
Em Foz do Iguaçu, no oeste do estado, o empresário Edson de Matos, pai de um adolescente de 17 anos, prestou queixa na delegacia na manhã desta sexta-feira (25). Ele já tinha pagado R$ 700 e iria pagar mais R$ 800 nos próximos dias. Hoje, sabendo que foi vítima de um golpe, lamentou. "Psicologicamente, eles [crianças que foram lesadas pelos golpistas] não entendem direito [o que está acontecendo]".