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Transporte

Maringá e Londrina se unem para resgatar linha de trem de passageiros

Com a retomada de interesse por parte do Governo Federal em investir no transporte de passageiros por meio de linhas férreas, o Paraná inicia processo de mobilização política para conseguir recursos e garantir o bilhete de participação. Estudo realizado em 2000 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com o objetivo de identificar as demandas do setor apontou o trecho entre Maringá e Londrina como um dos nove em todo o país com importante potencial econômico para receber as primeiras obras. O argumento será o ponto de partida para garantir parte dos R$ 1,7 bilhão que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende colocar em projetos deste tipo.

"Não é um sonho sem fundamento. Isso envolve uma série de parcerias além de uma política pública do governo. O Brasil tem uma indústria ferroviária. O Ceará já fabrica carros de passageiros", disse Samuel Gomes, presidente da Ferroeste, que se reúne em Maringá nesta quarta-feira (26) com prefeitos de doze cidades, representantes das universidades da região e com Afonso Carneiro Filho, coordenador do programa federal que representará o Ministério dos Transportes. No encontro, as primeiras definições tratarão de pesquisas. O projeto mesmo só ano que vem. De acordo com Gomes, ainda é cedo para falar em prazos, mas ele acredita que em 2011 os vagões já estejam nos trilhos, literalmente.

"O grande desafio agora é a unidade política para não termos riscos de descontinuidade. Um projeto abraçado por toda a sociedade não para, e o que podemos fazer dentro desse prazo (fim do mandato de governadores e presidente) é torná-lo irreversível", concluiu.

Para Ana Lucia Rodrigues, coordenadora do Observatório das Metrópoles da Universidade Estadual de Maringá (UEM), a disponibilidade dessa opção de mobilidade vai além do fator econômico. Historicamente, a implantação de linhas de trens e a possibilidade de deslocamento de pessoas serviu para a criação de várias cidades. Com preços acessíveis, as pessoas podem ainda adotar o simples hábito de fazer visitas, o que foi deixado de lado ultimamente. "Tem também a questão do saudosismo, pois vale lembrar que com a implantação de leitos para os trilhos que Maringá se desenvolveu", disse.

Vantagens na viagem

O público atendido terá basicamente dois perfis. Um regional, para quem precisa simplesmente viajar entre os dois centros. Outro metropolitano, voltado para a população das regiões que têm Londrina e Maringá como polo e que precisam ter outras opções de deslocamento. Este com maior demanda.

Também seria destinado às pessoas que estejam visitando a região Norte/Noroeste do Paraná, embora o objetivo principal não seja turístico, mas de desenvolvimento econômico. "O trem não é turístico, mas passa a ser uma atração turística para quem visita a região. É pequena a parcela da população que já viajou de trem", disse Gomes.

Para brigar com o fator tempo, que não seria muito alterado em comparação com a viagem de carro ou de ônibus (que varia entre uma hora e uma hora e meia) e com pelo menos 10 paradas nas cidades que devem ganhar estações, os entusiastas apostam na segurança e nos preços acessíveis. "Em países que já adotam o meio de locomoção, a tarifa é subsidiada", exemplifica Gomes. Conforto também conta, e os carros devem ter, inclusive, com acesso à internet.

Mais linhas no Paraná

Outra linha paranaense foi indicada ao Ministério dos Transportes para integrar o programa de implantação de trens de passageiros. O diferencial no trecho entre Cascavel e Foz do Iguaçu, na avaliação do presidente da Ferroeste, é que a malha ferroviária deve ainda ser implantada. Sendo nova, permitiria o desenvolvimento de velocidades maiores. "Com a construção também da linha entre Guarapuava e Paranaguá (passando por Curitiba), Curitiba ficaria a seis horas de trem de Foz do Iguaçu", vislumbra Gomes. Atualmente o trecho feito de carro demora em média 8 horas e de ônibus são 10 horas, aproximadamente.

No sul do país, também é avaliada a implantação nos trechos gaúchos Caxias do Sul/ Bento Gonçalves e Pelotas/Rio Grande.

Que vantagens uma linha de trem de passageiros entre Maringá e Londrina pode trazer para o setor de transportes na região? Dê sua opinião.

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