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Saúde

Maringá produzirá medicamento de última geração para tratamento de câncer

Um medicamento biológico de última geração começará a ser produzido dentro de três anos em um novo laboratório do Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar) em Maringá. O anúncio foi feito na última terça-feira (17) em Brasília (DF), durante encontro do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (Gecis), que reúne os principais representantes da indústria farmacêutica nacional além de seis ministérios.

A previsão é de que sejam investidos inicialmente cerca de R$ 100 milhões no projeto, que deve ser instalado no Parque Tecnológico da cidade. A produção do medicamento biológico Bevacizumabe, usado no combate ao câncer e à degeneração macular (perda de visão relativa à idade), será feita a partir da parceria firmada entre a Tecpar e a Biocad, companhia russa de biotecnologia, que deverá transferir tecnologia para o laboratório até que o mesmo alcance autonomia total de produção.

A integração faz parte da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PPD), modelo competitivo de parceria entre laboratórios públicos e privados que visa acelerar a transferência de tecnologia para alcançar a produção 100% nacional. Com a medida, o país vai aumentar de 14 para 25 o número de biológicos produzidos nacionalmente, gerando uma queda significativa de gastos com a importação dos produtos.

Das 14 PDPs autorizadas pelo Ministério da Saúde, o Tecpar será o primeiro a entregar o produto no país. Segundo o presidente da Tecpar, Júlio Felix, a tendência é de que o instituto domine 50% do mercado.

"A partir de 2016 já estaremos produzindo o Bevacizumabe. Hoje o Ministério da Saúde gasta R$ 177 milhões anuais com a importação do produto. Nosso desafio é baixar esse custo em R$ 110 milhões ao ano e reduzir a dependência do Brasil da importação desse medicamento", declarou Felix.

Polo tecnológico

A vinda do companhia russa de biotecnologia foi disputada por cidades de todo o Brasil. Para o prefeito de Maringá, Carlos Roberto Pupin (PP), o município paranaense se destacou por apresentar uma grande e bem localizada área para o laboratório (100 mil metros quadrados) disponível para a instalação do empreendimento e por ser um polo de universidades geradoras de mão de obra qualificada para suprir a demanda do laboratório.

"A confirmação desse investimento já está atraindo novos organismos para o Parque Tecnológico, como a Lactec, Senai e Detran, que já demonstraram interesse em se instalarem na área. A expectativa é que vamos agregar empresas de tecnologia de ponta e gerar novos empregos de qualidade", explicou o prefeito

Próximo passo

A próxima etapa da parceria deve acontecer no final do mês de julho, quando uma equipe do Tecpar deverá fazer uma missão na Rússia para fechar definitivamente os negócios com a Biocad. Na ocasião, deve ser discutido o modelo de negócio, o projeto da planta, e estabelecido o cronograma de transferência de tecnologia, que deve começar com a capacitação de pessoal.

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