Tecnologia mais eficaz
De acordo com informações do Instituto Tecnológico do Paraná, os produtos biológicos são mais eficazes em relação aos medicamentos tradicionais de síntese química, aumentando as possibilidades de sucesso no tratamento, principalmente para doenças crônicas. Eles são feitos a partir de material vivo e manufaturados a partir de processos que envolvem medicina personalizada e biologia molecular.
O Brasil produz, via transferência de tecnologia, 14 biológicos para doenças como hemofilia, esclerose múltipla, artrite reumatoide e diabetes. Até 2017, estes produtos terão fabricação 100% nacional.
Um medicamento biológico de última geração começará a ser produzido dentro de três anos em um novo laboratório do Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar) em Maringá. O anúncio foi feito na última terça-feira (17) em Brasília (DF), durante encontro do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (Gecis), que reúne os principais representantes da indústria farmacêutica nacional além de seis ministérios.
A previsão é de que sejam investidos inicialmente cerca de R$ 100 milhões no projeto, que deve ser instalado no Parque Tecnológico da cidade. A produção do medicamento biológico Bevacizumabe, usado no combate ao câncer e à degeneração macular (perda de visão relativa à idade), será feita a partir da parceria firmada entre a Tecpar e a Biocad, companhia russa de biotecnologia, que deverá transferir tecnologia para o laboratório até que o mesmo alcance autonomia total de produção.
A integração faz parte da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PPD), modelo competitivo de parceria entre laboratórios públicos e privados que visa acelerar a transferência de tecnologia para alcançar a produção 100% nacional. Com a medida, o país vai aumentar de 14 para 25 o número de biológicos produzidos nacionalmente, gerando uma queda significativa de gastos com a importação dos produtos.
Das 14 PDPs autorizadas pelo Ministério da Saúde, o Tecpar será o primeiro a entregar o produto no país. Segundo o presidente da Tecpar, Júlio Felix, a tendência é de que o instituto domine 50% do mercado.
"A partir de 2016 já estaremos produzindo o Bevacizumabe. Hoje o Ministério da Saúde gasta R$ 177 milhões anuais com a importação do produto. Nosso desafio é baixar esse custo em R$ 110 milhões ao ano e reduzir a dependência do Brasil da importação desse medicamento", declarou Felix.
Polo tecnológico
A vinda do companhia russa de biotecnologia foi disputada por cidades de todo o Brasil. Para o prefeito de Maringá, Carlos Roberto Pupin (PP), o município paranaense se destacou por apresentar uma grande e bem localizada área para o laboratório (100 mil metros quadrados) disponível para a instalação do empreendimento e por ser um polo de universidades geradoras de mão de obra qualificada para suprir a demanda do laboratório.
"A confirmação desse investimento já está atraindo novos organismos para o Parque Tecnológico, como a Lactec, Senai e Detran, que já demonstraram interesse em se instalarem na área. A expectativa é que vamos agregar empresas de tecnologia de ponta e gerar novos empregos de qualidade", explicou o prefeito
Próximo passo
A próxima etapa da parceria deve acontecer no final do mês de julho, quando uma equipe do Tecpar deverá fazer uma missão na Rússia para fechar definitivamente os negócios com a Biocad. Na ocasião, deve ser discutido o modelo de negócio, o projeto da planta, e estabelecido o cronograma de transferência de tecnologia, que deve começar com a capacitação de pessoal.
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