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Mercado Exterior

Maringá registra crescimento nas exportações em 2009

Entre os miores exportadores do Paraná, Maringá foi o único que aumentou o seu volume de vendas para fora do país | Rodrigo Leal/Appa
Entre os miores exportadores do Paraná, Maringá foi o único que aumentou o seu volume de vendas para fora do país (Foto: Rodrigo Leal/Appa)

Os dois últimos meses foram de quedas expressivas no volume de exportações. Apesar disso, Maringá vem acumulando resultados positivos ao longo de 2009. Desde janeiro, o município comercializou US$ 834,9 milhões, valor 9,13% maior do que no mesmo período de 2008, quando as exportações alcançaram US$ 765 milhões.

Os números foram divulgados esta semana pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento. O desempenho colocou a cidade como a quinta maior exportadora do Paraná e a 36ª do Brasil.

Aliás, entre os cinco primeiros colocados do "ranking da exportação", Maringá foi o único que aumentou o seu volume de vendas para fora do país. Houve reduções em: Paranaguá (de US$ 3,8 bilhões para US$ 3,4 bilhões); São José dos Pinhais (de US$ 1,6 bilhão para US$ 1,1 bilhão); Curitiba (de US$ 1,9 bilhão para US$ 986,5 milhões); e Ponta Grossa (de US$ 1,5 bilhão para US$ 894,2 milhões).

Para o secretário municipal do Desenvolvimento Econômico, Valter Viana, os resultados com a exportação devem ser creditados à infraestrutura oferecida e a confiabilidade dos investidores no município. "O Porto Seco e o Aeroporto Internacional de Cargas agilizam a retirada da mercadoria, facilitando o acesso ao mercado exterior".

Produtos

Segundo o economista João Celso Sordi, municípios ligados à indústria automobilística como São José dos Pinhais, sentiram maior influência da crise financeira que eclodiu em 2008, reduzindo as exportações. Por outro lado, Maringá foi beneficiado pelo crescimento na comercialização de grãos e da cana de açúcar. "Com o aumento da cotação do açúcar no mercado internacional, houve um aumento nos embarques desse produto", destaca.

De acordo com o presidente da Associação de Produtores de Bionergia do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena, as quebras de safra da cana-de-açúcar na Índia, China e Austrália abriram espaço para o produto brasileiro, principalmente nos mercados da Ásia e do leste europeu. "O nosso produto tem qualidade e preço competitivo".

O açúcar bruto foi o segundo item mais exportado este ano em Maringá com US$ 307,8 milhões, o que corresponde 36,8% de participação entre os produtos enviados ao exterior. Superior a isso, somente as vendas dos grãos de soja, com uma arrecadação de US$ 354 milhões, e participação de 42,4%.

Entre os produtos mais vendidos também estão: bagaços e outros resíduos sólidos do óleo de soja (US$ 38,1 milhões); milho em grão (US$ 35 milhões); e álcool etílico (US$ 34.8 milhões).

Destino

O bloco asiático é o principal destino dos produtos exportados pelas indústrias de Maringá. As nações da Ásia desembolsaram US$ 468,5 milhões, o que corresponde a uma participação de aproximadamente 56%. Entre os principais parceiros comerciais dos maringaenses também estão: a União Européia (US$ 127,2 milhões); o Oriente Médio (US$ 94,4 milhões) a Europa Oriental (US$ 54,5 milhões); e a África (US$ 40,2 milhões).

Este ano os cinco países que mais importaram produtos de Maringá foram: China (com US$ 246,1 milhões), Índia (US$ 106,1 milhões), Holanda (com US$ 80,4 milhões), Rússia (US$ 54,4 milhões) e Emirados Árabes Unidos (US$ 35,7 milhões).

Período de queda

Após atingir o volume de US$ 108,9 milhões comercializados com o exterior em setembro (terceiro melhor resultado do ano), Maringá sofreu duas quedas significativas. A primeira ocorreu em outubro, com uma redução de 58,2% nas exportações (fixando em R$ 45,5 milhões) e a segunda em novembro com 34,8% (totalizando US$ 29,6 milhões). Segundo o economista João Carlos Sordi, a queda nestes dois meses está ligada a sazonalidade do mercado da cana de açúcar e da soja. "Para esses produtos ou derivados, a queda é comum neste período".

De acordo com o presidente da Alcopar, a chuva também influenciou para a redução de exportação nos últimos meses. "A safra não fluiu como deveria, pois a frequência de chuvas entre agosto e novembro foi muito grande. A matéria prima existe, mas os problemas de ordem climática não permitiram que ela fosse processada", destaca Tormena.

Ainda segundo ele, a chuva, que foi vilã esse ano, atrapalhando a produção de açúcar, garantirá uma boa produtividade para a safra de 2010, uma vez que favorece a floração das plantas. Tormena estima um crescimento de 15% na produção paranaense e a manutenção de um mercado aquecido com bons preços para o açúcar.

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