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Mesmo com briga na Justiça, Baú inaugura lojas compradas da Dudony

Fachada e logomarca das lojas foram trocadas | Fabio Dias/ Gazeta do Povo
Fachada e logomarca das lojas foram trocadas (Foto: Fabio Dias/ Gazeta do Povo)
A Dudony tinha sede em Maringá e contava com 110 lojas e cerca de 1.500 funcionários |

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A Dudony tinha sede em Maringá e contava com 110 lojas e cerca de 1.500 funcionários

Em meio a uma disputa judicial, o Baú da Felicidade Crediário, braço varejista do Grupo Silvio Santos, que em junho deste ano comprou a rede de lojas Dudony, inaugura nesta quinta-feira (20) 12 lojas no Paraná, já com a nova marca. O problema é que a assembleia na qual a compra foi concretizada, por R$ 33,5 milhões, teve os efeitos suspensos nesta quarta (19) pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). A decisão foi tomada pelo desembargador Lauri Caetano da Silva, a pedido da Procuradoria Geral do Estado, que, por meio de um agravo de instrumento e com apoio do Ministério Público, alega que a Dudony tem uma dívida tributária de R$ 254,7 milhões, cujo pagamento não estava previsto no plano de recuperação judicial da empresa.

A informação é contestada pelo representante jurídico da Dudony, o advogado Cleverson Marcel Colombo. "Esse valor está incorreto. Temos uma dívida tributária de R$ 155 milhões, sendo que R$ 109 milhões já estão parcelados e o restante tem garantia de pagamento. Temos precatórios a receber". Ele acrescenta que está tomando as medidas cabíveis para reverter a suspensão da assembleia.

Há ainda uma discussão sobre a apresentação de certidões negativas de débito, que a Procuradoria do Estado exige, mas que Colombo, baseado em jurisprudência sobre o assunto, alega ser desnecessário. Apesar do imbróglio, a reinauguração das lojas está confirmada para as 10h desta quinta, em Maringá (3 lojas), Londrina (2), Cascavel (2), Ponta Grossa, Campo Mourão, Apucarana, Arapongas e Irati (1 loja cada), com a presença de artistas do SBT. O apresentador Ratinho, que trabalha na emissora, protagoniza uma campanha publicitária que anuncia a reabertura das lojas.

O diretor de varejo e vendas do Baú da Felicidade Crediário, Décio Thomé, diz que não vê impedimento para a inauguração. "Está tudo dentro da lei. Não há cancelamento da compra, mas suspensão, e o nosso corpo jurídico vai recorrer dessa decisão. Não podemos cancelar o evento e dizer para os funcionários ficarem em casa, até porque já fizemos campanha na mídia", acrescenta.

O procurador do Estado em Maringá, Marcos André da Cunha, não soube informar se há irregularidades. A reportagem tentou manter contato com o desembargador Lauri Caetano da Silva, que estava em sessão e não pode falar.

A assembleia

A assembleia que aprovou o plano de recuperação judicial da Dudony foi realizada em 16 de junho deste ano. A proposta do Baú da Felicidade Crediário previa a compra da empresa por R$ 33,5 milhões, sendo R$ 25 milhões para pagar dívidas com credores e R$ 8 milhões para saldar contas administrativas firmadas antes da venda.

A proposta recebeu voto favorável de 75,7% dos credores (240 pessoas físicas e jurídicas tinham direto a voto). Caso a proposta não fosse aceita, a empresa seria declarada falida e haveria demissões em massa.

No final de fevereiro, a rede já havia colocado à venda as lojas do grupo no estado de São Paulo, mas não encontrou interessados. A empresa tinha sede em Maringá e contava com 110 lojas (incluindo 17 lojas virtuais, que fazem vendas por catálogo) distribuídas pelo Paraná (99) e São Paulo (11). Ela empregava cerca de 1.500 funcionários.

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