Local com uma das mais belas vistas de Maringá, o mirante da Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória deve permanecer fechado ao público pelos próximos cinco anos. A previsão foi dada pelo pároco da igreja, padre Virgílio Cabral dos Santos, que acompanha diariamente a obra de adequação estrutural do monumento, considerado um dos principais símbolos da cidade.
Santos não descarta a reabertura do espaço antes do fim da reforma da igreja, mas acha difícil. "Primeiro, [o mirante] terá que ser readequado conforme as normas do projeto de prevenção de incêndios. Assim que tudo estiver pronto, os bombeiros farão a vistoria. Se autorizarem a reabertura e não tivermos nenhuma obra nos andares, a gente libera. Mas dificilmente nós estaremos isentos de uma obra em andamento pelos próximos cinco anos", explicou.
Segundo o padre, as obras envolvendo a correção de ferragens e do concreto já foram finalizadas entre o décimo piso e a base da cruz. "Nestes pavimentos superiores já foi feita a recuperação estrutural das paredes e do piso. Além disso, a catedral está sendo impermeabilizada por fora, trabalho que já foi quase concluído."
A escadaria também começou a receber adequações como melhorias no piso e a instalação de corrimão. Já os vidros estão sendo trocados e banheiros construídos. No mirante, um terço da estrutura chegou a ser retirada para receber as adequações necessárias.
Além da questão estrutural, a catedral deve passar por um trabalho decorativo e receber câmeras de segurança em todos os pavimentos para evitar atos de vandalismo, como pichações. Quando estava aberto, o mirante chegou a receber cerca de quatro mil visitantes em um mês.
O padre também está à procura de uma empresa que faça a instalação de um elevador, o que facilitaria o acesso dos turistas e moradores. No entanto, até o momento, nenhuma empresa aceitou fazer o serviço por causa da estrutura inclinada do monumento, que dificulta o trabalho.
Reforma já custou mais de R$ 2 milhões
Iniciada em abril de 2010, a reforma da catedral já consumiu cerca de R$ 2 milhões, obtidos somente com ofertas dos fiéis e com o pagamento do dízimo. Santos não soube informar quanto ainda deve ser investido até o fim da obra. "Nós não temos ideia de quanto mais vai ser gasto. Sabemos o que precisa ser feito a medida que acontece o tratamento e o estudo de cada andar".
O padre lembra que somente os estudos para a primeira etapa da reforma, entre a base da cruz e o décimo andar, levou cerca de três meses. "É algo muito minucioso. É preciso mapear metro quadrado por metro quadrado", explicou.
A reforma é aguardada desde 2001. Naquele ano, um estudo foi feito para articular a obra, mas, por falta de recursos, não saiu do papel. Desde que foi concluída, em 1972, esta é a primeira grande intervenção pela qual passa a catedral. Entre os problemas encontrados no local estavam infiltrações nas paredes e ferragens expostas em processo de oxidação.