Com a ajuda dos moradores, história em Tapira teve final feliz
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A história de Rafael, um bebê de oito meses, da cidade de Tapira, região Noroeste, poderia ter terminado de forma trágica se não fossem a solidariedade e a mobilização de toda a comunidade da cidade de 5,8 habitantes. Rafael foi levado da creche onde passa o dia enquanto os pais trabalham no corte da cana-de-açúcar, na tarde desta quinta-feira (23), por uma mulher que se dizia tia do menino. A população da pequena cidade, ao saber do sequestro, imediatamente saiu à caça da forasteira, que foi encontrada com a criança já na rodovia, onde pretendia conseguir carona.
A mãe do menino estava em casa, por volta de 16h30, se preparando para buscar Rafael quando a sogra avisou que a funcionária da creche ligou informando do ocorrido. "Estava pegando umas bolachinhas para levar para o Rafael. Fiquei desesperada. Achei que nunca mais fosse ver o meu menino", disse Franciane Trindade Valim, de 20 anos. Fazia apenas um mês que o garoto frequentava a creche e todas as vezes quem buscava era ela ou o pai, Claudinei Santos Lima.
A notícia se espalhou rapidamente pela cidade. As pessoas que passavam pelo local iam contando para outras e logo a polícia, distante uma quadra da creche, ficou sabendo. O prefeito Hélio Belter (PMDB) que terminava o expediente foi até o local, colocou Franciane em seu carro e tomou a direção que supostamente a mulher teria seguido com Rafael. Encontraram apenas o carrinho de bebê que a sequestradora também havia levado. Muitos moradores compadecidos começaram as buscas nas redondezas e outros pegaram os carros para ajudar também.
Mas o herói de toda essa história foi Gerson Alves da Silva, funcionário público conhecido em toda a redondeza por trabalhar na Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Ele saiu com seu carro por uma estrada vicinal em direção à rodovia, onde encontrou uma suspeita com um bebê nos braços, por volta de 19 horas. Ele tirou Rafael da mulher e a obrigou entrar no carro e levou os dois para delegacia. "Fiquei com medo de ser uma quadrilha e que tivesse alguém ali por perto", disse o funcionário público.
Marciana dos Santos Santana foi autuada em flagrante por sequestro, rapto de incapaz, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, e por falsidade ideológica. Ela encontra-se presa na Delegacia de Nova Olímpia. "Se não fosse a população agir rápido, ela teria conseguido fugir com o menino", disse Volny Pires, escrivão que lavrou a ocorrência. De acordo com a polícia, Marciana alegou que outra pessoa que se dizia mãe de Rafael pediu para ela buscar o bebê na creche, mediante pagamento de dinheiro. Contudo, a segunda mulher não estava no local combinado.
O Centro Municipal de Educação Infantil Claudio Ivantes é a única creche na zona urbana de Tapira, tem 20 funcionários e cuida de 75 crianças. "Assim como Rafael, 18 são bebês", afirmou a diretora Maria Angelita Sella. Ela explicou que vai mudar algumas normas na instituição para dar maior tranqüilidade aos pais e evitar que uma situação semelhante ocorra novamente. "Já pedi (à prefeitura) um porteiro que vai receber e entregar as crianças para os pais. Vamos fazer uma relação de quem é autorizado", disse a diretora.
Depois de também participar das buscas, o prefeito Belter lamentou o incidente e garantiu que vai tomar medidas necessárias para melhorar a segurança da creche. Segundo ele, o fato da cidade ser pequena gera uma falsa sensação de segurança e isso serviu de alerta. "Ninguém acha que uma coisa vai acontecer aqui", disse Belter.
Passado o susto, Franciane ainda não decidiu se Rafael vai voltar a frequentar a creche, e agora só quer curtir o filho. "Eu olho para ele e fico imaginando o que passou na mão daquela mulher. Quero ficar sempre perto dele", disse.
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