Moradores de Mandaguari, a 35 quilômetros de Maringá, fecharam a BR-376, na saída da cidade, sentido Apucarana, para reivindicar a construção de um contorno para desviar o tráfego intenso de veículo. Cerca de 200 manifestantes atearam fogos em pneus para impedir a passagem dos veículos nos dois sentidos da pista. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) esteve no local para conter os motoristas a um quilômetro de distância da manifestação. O protesto durou aproximadamente uma hora e meia.
Segundo o presidente da Associação Comercial de Mandaguari, Evanir Stadler, o protesto é uma forma de pressionar o governo do estado e a concessionária de pedágio Viapar para que tornem mais rápido o início da construção do contorno. A nova via serviria para retirar o tráfego pesado do centro da cidade. Stadler conta que 5 mil veículos cruzam a cidade todos os dias.
A decisão de fechar a rodovia foi tomada durante a semana, em reunião com autoridades locais. "A maioria da sociedade quer o contorno. Temos que sensibilizar a as autoridades políticas para que isso saia do papel. Mandaguari é afetada pelo trânsito continuo que flui no eixo entre Maringá e Londrina", disse Stadler.
De acordo com Stadler, o fluxo de caminhões pela cidade é um transtorno para os moradores e para os motoristas. "Os moradores ficam acuados, os comerciantes têm as lojas invadidas pela poeira, os motoristas da cidade ficam parados no trânsito, o asfalto não resiste. Para quem reside na cidade é ruim e para os caminhoneiros que têm de circular por aqui também, pois não conseguem andar. A cidade fica toda travada", afirmou.
O comerciante Ildefonso Peres Henrique também reclamou. "Os caminhões atravessam a cidade com crianças saindo dos colégios. É um perigo", enfatizou. O caminhoneiro Roberto Colassi, que ficou parado na fila apoiou o manifesto. "Os moradores estão certos. Os caminhões danificam as casas e prejudicam toda a cidade", concordou.
Para não deixar o fogo se acabar, os moradores traziam, a todo o momento, mais carregamentos de pneus usados para serem jogados nas chamas. Nenhum veículo conseguia entrar ou sair da cidade. A Defesa Civil foi chamada para evitar que o fogo se espalhasse. A PRF acompanhou todo o movimento que terminou sem confusão.
Antes de acabar o protesto, Stadler ainda fez uma ressalva compartilhada pelos manifestantes. "Enquanto não tivermos uma posição, nós vamos brecar o trânsito de 15 em 15 dias", ressaltou.
A Viapar informou que está esperando a desapropriação de terras pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) para iniciar as obras do contorno. Já o DER disse que o processo de desapropriação está em andamento, mas não há prazo de finalização.