Praticamente todos os motoristas do setor de transporte canavieiro da unidade da Usina Santa Terezinha, em Paranacity, a 70 quilômetros de Maringá, paralisaram as atividades há uma semana para reivindicar um piso fixo salarial. O sindicato dos trabalhadores rurais de Paranacity afirma que 128 dos 150 motoristas estão de braços cruzados. Segundo os sindicatos de outras três cidades: Colorado, São João do Caiuá e Cruzeiro do Sul, a empresa se nega a conceder o benefício e ameaça retirar o auxilio moradia.

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O presidente do sindicato de Santo João do Caiuá, Margarete Moreira da Silva, diz que os trabalhadores pedem um piso de R$ 840 e a manutenção dos empregos dos funcionários em greve. "Atualmente eles recebem R$ 2,97 por hora e uma premiação no fim do mês que pode chegar até R$ 125 dependendo da pontuação do motorista", disse.

Margarete explica que o salário dos motoristas é composto das horas trabalhadas e da pontuação adquirida na produção durante o mês, que seria a chamada Remuneração Variável (RV). "É muito pouco, quando o dia é de chuva os motoristas ficam sem trabalho. Além disso, eles recebem conforme a produção dos cortadores de cana. Ou seja, se não há produção não há salário", explicou Margarete.

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A presidente do sindicato lembra que a empresa ofereceu um aumento na premiação de R$ 80, mas não seria suficiente. "Quando o caminhão da usina quebra o funcionário também perde o dia de trabalho. O piso seria uma forma de o motorista conseguir se sustentar mesmo em situações desfavoráveis, mas a empresa se nega a pagar o piso", disse.

Os trabalhadores já teriam diminuído a reivindicação salarial pela quase metade. A primeira proposta enviada pelos sindicatos a empresa era de R$ 1,5 mil. "A primeira sugestão foi considerada alta, então, os motoristas concordaram em ganhar o piso de R$ 840, mesmo salário pago por outra usina da região", contou.

Como não houve entendimento entre as partes, o presidente do sindicato de Paranacity, Ilton Irineu da Silva protocolou um pedido de audiência no Ministério Público do Trabalho, em Maringá, na segunda (28), para o órgão intermediar a negociação. O MPT deve se pronunicar nesta quarta (30).

De acordo com o responsável pelo Departamento de Recursos Humanos da empresa, Waldomiro Baddini, afirma que o grupo Santa Terezinha tem, ao todo, 20 mil funcionários e apenas 70 motoristas estariam parados e nao 128 como diz o sindicato.

Baddini explica que a empresa está negociando com os trabalhadores, mas ressalta que se surpreendeu com a atitude dos funcionários. "Eles recebem auxílio moradia, plano de saúde e premiações. A equiparação com salários de outras usinas não é justa porque elas não oferecem toda a estrutura e auxílios para os seus trabalhadores", analisou.

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