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Protestos

Movimento gay e grupo religioso trocam provocações no centro de Maringá

Os grupos se concentraram no cruzamento das avenidas Brasil e Duque de Caxias, um dos mais movimentados da cidade, e exibiam mensagens que solicitavam buzinas dos motoristas simpatizantes as suas causas | Tatiane Salvatico
Os grupos se concentraram no cruzamento das avenidas Brasil e Duque de Caxias, um dos mais movimentados da cidade, e exibiam mensagens que solicitavam buzinas dos motoristas simpatizantes as suas causas (Foto: Tatiane Salvatico)
Protesto do Movimento LGBT foi uma resposta à ação do grupo religioso |

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Protesto do Movimento LGBT foi uma resposta à ação do grupo religioso

Cruzada das Famílias protestou contra à união de pessoas do mesmo sexo e o aborto |

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Cruzada das Famílias protestou contra à união de pessoas do mesmo sexo e o aborto

A região central de Maringá se tornou, na segunda-feira (7), palco para a troca de provocações entre um grupo religioso e o movimento que integra lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) da cidade. Durante a tarde, munidos de cartazes, apitos e instrumentos musicais, os dois lados fizeram manifestações contrárias e favoráveis a temas polêmicos como o casamento gay e o aborto.

A confusão começou no início da manhã, quando um grupo de cerca de 20 homens vestidos com roupas marrons e douradas, que lembram hábitos usados por religiosos católicos, protestou contra à união de pessoas do mesmo sexo e o aborto, em uma causa intitulada "Cruzada das Famílias".

Fotos da manifestação foram postadas no Facebook e geraram diversos comentários e protestos em comunidades da rede social. Por isso, integrantes do Movimento LGBT de Maringá organizaram o "Beijaço Gay".

Por volta das 18 horas, cerca de 40 pessoas, de ambos os grupos, se concentravam no cruzamento das avenidas Brasil e Duque de Caxias, um dos mais movimentados da cidade, e exibiam mensagens que solicitavam buzinas dos motoristas simpatizantes às suas causas.

Um dos representantes do movimento LGBT Luiz Modesto, afirmou que o protesto foi uma resposta à ação do grupo religioso. Ele questionou se a manifestação teria o aval da Igreja Católica da cidade.

"Queremos saber se estão com a autorização do arcebispo. Se eles tiverem essa autorização, nós queremos conversar com dom Anuar [Battisti]. Se ele autorizou isso, jogou na lama tudo aquilo que conversou com a gente sobre ser a favor da vida, a favor dos Direitos Humanos. Mas eu acredito que dom Anuar não é mentiroso. Acho que esse é um movimento à parte. Agora, se eles se manifestam ali, nós temos o direito de nos manifestar aqui."

Em relação às ideias propagadas pela manifestação da Cruzada, Modesto diz acreditar que não representa a Igreja Católica como um todo. "Acredito que esse é um grupo pequeno, ultraconservador, ultrarreacionário que está atrasado 200 anos. Eu estou aqui me sentindo na Idade Média."

Movimento percorre cidades brasileiras

O organizador da Cruzada da Família em Maringá, um homem que se identificou apenas como Daniel, explicou que a manifestação é realizada pelo Instituto Plínio Correia de Oliveira, que tem sede em São Paulo. "Nós integramos um movimento civil e estudantil, mas todos nós somos católicos. Toda nossa ação é baseada na doutrina católica."

Segundo o organizador, o movimento está percorrendo as principais cidades brasileiras neste período de férias escolares. Apesar da contramanifestação do movimento gay, ele disse que teve boa recepção em Maringá. No entanto, fez críticas à resposta que recebeu na segunda-feira (7). "Você pode observar pelo nível dos cartazes e o tipo desse movimento. O movimento homossexual prega a tolerância, mas quando é pra eles tolerarem, eles não toleram."

Igreja Católica não se manifestou

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Arquidiocese de Maringá informou que não iria se manifestar oficialmente sobre os protestos feitos pelo grupo religioso e pelo movimento LGBT.

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