MP investiga descarte de milhares de livros didáticos em Maringá

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) investiga o descarte de milhares de livros didáticos em Maringá. A situação foi flagrada no Colégio Estadual Branca da Mota Fernandes, na Zona 23, que repassou centenas de obras para uma cooperativa de reciclagem, onde serão destruídas.

Segundo o promotor Maurício Kalashe, o colégio informou que o descarte foi autorizado pelo Núcleo Regional de Educação (NRE) e que os livros voltados para turmas dos ensinos Fundamental e Médio não seriam mais utilizados, já que edições atualizadas são disponibilizadas a cada três anos.

"Ainda não tenho informações suficientes para concluir se está tecnicamente correto produzir livros com um período de validade aparentemente tão curto. Imagino que algumas disciplinas precisam ser atualizadas mais constantemente, mas tenho dificuldade em ver o que torna o texto inservível em três anos para matérias como matemática, química, física e biologia", comentou.

O MP também constatou que entre as obras descartadas estão livros que sequer haviam sido retirados da caixa e utilizados pelos estudantes. Na opinião do promotor, à primeira vista, houve uma gestão inadequada do recurso didático. "Causa estranheza imaginar que a escola tenha recebido mais livros do que o número de alunos matriculados. É preciso ver que cálculo foi feito para justificar o recebimento deste acervo."

Kalashe esteve na tarde de quarta-feira (15) na usina de reciclagem para onde o material foi encaminhado. No local, ele apurou junto aos catadores que outros colégios já haviam descartado toneladas de livros didáticos recentemente. Diante da situação, o MP vai procurar esclarecimentos junto às instituições de ensino, ao NRE e à Secretaria de Estado da Educação (Seed).

Outro lado A Seed informou que o cálculo sobre a quantidade de livros distribuídos é feito pelo Ministério da Educação (MEC), que leva em consideração o Censo Escolar, além de incluir uma quantidade reserva. A pasta também informou que vai investigar por que boa parte do material entregue na escola não foi utilizada pelos estudantes.