O Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu o afastamento do capitão responsável pelo 5º Grupamento do Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná, em Campo Mourão, no Centro-oeste do estado, Leandro José Calegari. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (23) pelo site oficial do órgão. A ação civil foi ajuizada pela 3ª Promotoria de Justiça de Campo Mourão, pedindo o afastamento por improbidade administrativa.
Na ação, o MP descreve irregularidades como um suposto fornecimento de água a particulares, além de serviços prestados que não condizem com os trabalhos dos bombeiros. "Não é função do Corpo de Bombeiros, como forma rotineira, o fornecimento de água, pois o Governo do Estado delegou essa atribuição à Sanepar", cita um trecho da ação.
O MP ainda denuncia que o suposto fornecimento de água é feito irregularmente e acaba sendo pago com o dinheiro público. A Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público relata ocorrências de entrega de água em aviários, festas de igrejas, um supermercado e até um motel, todos estabelecimentos comerciais privados que visam lucro.
"Em que pese qualquer que seja o motivo, não se tratam de situações de emergência ou socorro público", destacou um trecho da ação. "As atividades comerciais que envolvem a criação de animais são de inteira responsabilidade dos seus proprietários. Ademais, existem empresas qualificadas que efetuam a venda e a entrega de caminhões de água em Campo Mourão."
Todas foram situações emergenciais, diz capitão
Segundo o capitão Leandro José Calegari, todas as situações citadas pelo MP foram casos emergenciais e uma sindicância do Corpo de Bombeiros já analisou os casos, excluindo qualquer possibilidade de irregularidade. "Nós analisamos uma por uma", garantiu. "Claro que a Sanepar tem concessão de estado para fazer esse tipo de atendimento, mas em caráter emergencial nós fazemos."
Os casos mais chamativos, como do motel ou a festa de uma igreja, também foram explicados pelo capitão. Segundo ele, a situação do motel é de 2006 e aconteceu em um domingo. "Faltou água no estabelecimento e vieram nos pedir porque tentaram exaustivamente com outras empresas", lembrou. "Todos os procedimentos foram abertos registros de ocorrências. Nunca recebemos vantagem indevida por isso."
Sobre a festa na igreja, Calegari disse que é um caso de interesse público. "Quando um time de futebol é campeão ou alguém importante morre, destinamos o caminhão. Acabamos atendendo esses casos de interesse coletivo. No abastecimento dessa igreja, em uma festa beneficente, fizemos à comunidade sem prejudicar nossos trabalhos rotineiros."
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