Outro lado

A ex-prefeita Elza Marques Gonçalves afirma que o motorista substituto foi contratado em uma situação de emergência, porque o motorista que se afastou era responsável pelo transporte de alunos do distrito de Borbônia, a cerca de 45 km do centro de Barbosa Ferraz, e de pacientes portadores de Aids. "Era uma situação emergencial. Se nos fizéssemos um concurso, seria complicado e demorado. E se o município não tivesse contratado o serviço dele, quem iria ser prejudicado seriam os alunos e os pacientes. O município precisava dar assistência."

Elza diz que o motorista titular se afastou inicialmente por problemas de saúde e, mais tarde, pediu licença para se candidatar ao cargo de vereador.

A ex-prefeita afirma ainda que vai se defender na Justiça e, caso seja condenada a devolver o dinheiro, vai cumprir a decisão.

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O Ministério Público (MP), por meio da Promotoria de Justiça de Barbosa Ferraz, cidade de 13 mil habitantes a cerca de 50 km de Campo Mourão, propôs nesta quinta-feira (4) uma ação civil pública contra a ex-prefeita da cidade Elza Marques Gonçalves por impobridade administrativa. Segundo o MP, entre fevereiro de 2000 e fevereiro de 2001, Elza contratou um motorista para a Prefeitura sem concurso público, teste seletivo nem registro trabalhista adequado.

A prefeitura de Barbosa Ferraz, segundo o órgão, teve ainda que arcar com os custos de uma ação protocolada pelo servidor na Justiça do Trabalho, após ele ter sido dispensado. O motorista, afirma o MP, ocupou o cargo por um ano.

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O Ministério Público informa que a ex-prefeita chegou a alegar que a nomeação foi feita para cobrir a licença de um servidor que atuava como motorista e seria candidato a vereador. O órgão, contudo, constatou que o funcionário irregular foi contratado pelo menos cinco meses antes do pedido de licença do outro servidor.

Se for condenada, a ex-prefeita poderá perder os direitos políticos e ser obrigada a devolver aos cofres públicos o dinheiro gasto irregularmente, além de pagar multa.