Homicídios em 2013
Colorado 2
Floresta 1
Mandaguaçu 3
Mandaguari 2
Marialva 1
Maringá 29
Paiçandu 5
Sarandi 20
Homicídios em 2012
Colorado 4
Floresta 2
Mandaguaçu 3
Mandaguari 2
Marialva 2
Maringá 28
Paiçandu 9
Santa Fé 1
Sarandi 23
Desamparo social é principal causa do alto índice de homicídios em Maringá
O desamparo social e a falta de perspectiva para os jovens, especialmente entre 18 e 24 anos, são os principais fatores apontados por especialistas para o aumento da taxa de homicídios em Maringá que, em dez anos, cresceu 130%. O índice, um dos maiores registrados no Paraná, fica atrás apenas de São José dos Pinhas, onde esse tipo de crime cresceu 199% no mesmo período. Os resultados foram obtidos no cruzamento dos índices de mortes do Datasus (o banco de dados do Sistema Único de Saúde) com o número de habitantes computado pelo Censo do IBGE.
Entre 2009 e 2011, Maringá foi uma das poucas cidades a apresentar aumento no índice de mortes violentas - cerca de 5%. Curitiba e Londrina registraram queda de 20% e 13% respectivamente.
O combate ao tráfico de drogas tem reduzido o número de homicídios em toda a região monitorada pela 17ª Área Integrada de Segurança Pública (AISP) em Maringá, na avaliação da Polícia Civil. Segundo os dados do Relatório Estatístico dos Crimes Relativos à Morte, divulgado na tarde de terça-feira (27) pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), a redução foi de 15% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 74 crimes em 2012 contra 63 neste ano. A 17ª AISP responde por 24 cidades da região, incluindo Maringá.
Apenas Maringá registrou aumento no número de homicídios no período, considerado pequeno pela polícia. No Município, sede da 9ª Subdivisão Policial (9ª SPD), foram computados 28 homicídios no primeiro semestre de 2012 e 29 nos primeiros seis meses deste ano. "Os crimes da região estão diretamente ligados ao tráfico de drogas. Existem outros crimes, como os assassinatos passionais, mas 90% tem ligação direta com o consumo de drogas", declarou o novo delegado chefe da 9ª SDP, Sérgio Luiz Barroso.
Barroso afirmou que os números podem diminuir ainda mais com a identificação rápida dos autores dos crimes, a elucidação dos casos e a prisão dos autores. "Assim, evitamos que cometam outros crimes. Combatendo o tráfico, combatemos outros crimes, como roubos e furtos em toda a cidade", avaliou.
Segundo Barroso, uma meta importante para o segundo semestre é investigar se os autores dos crimes são efetivamente os responsáveis pelo tráfico ou se existem mandantes "escondidos" atrás dos homicídios. "Os líderes podem estar determinando tudo isso. Normalmente as vítimas são usuários que não pagaram as drogas ou são vítimas de brigas por pontos de tráfico", explicou. "Isso não é característica só da região de Maringá", ressaltou.
Na região, o município que apresentou maior redução entre os primeiros seis meses de 2012 e 2013 foi Paiçandu. Só em junho de 2012, foram cinco vítimas, o mesmo total do primeiro semestre deste ano. Em todo o período do ano passado, foram 9 casos. Segundo o delegado da Polícia Civil de Paiçandu, Gustavo Pinho Alves, investigações são feitas no município para identificar os traficantes que agem na região.
De acordo com Alves, neste ano apenas um caso não estava relacionado ao tráfico de drogas. "Acho que 95% dos casos de Paiçandu estão relacionados ao uso de drogas. Apenas um passional foi registrado, quando um rapaz matou a ex-namorada", citou.
Diferença de números em Maringá
No início deste mês, a Polícia Militar (PM) de Maringá divulgou um relatório de homicídios ocorridos no semestre, mas os números divergem dos repassados pela Sesp. No entanto, o levantamento também indica aumento de assassinatos passando de 30 mortes em 2012 para 35 em 2013.
Na ocasião, o tenente Cláudio Rocha, do 4º Batalhão da Polícia Militar (4º BPM) de Maringá, considerou o aumento pequeno. "Esses homicídios têm ligação direta com situações envolvendo usuários ou traficantes de drogas", comentou. O bairro maringaense mais violento neste ano, até agora, é o Conjunto Requião, apontado no relatório como o primeiro em número de homicídios: cinco no total.
"Tempos atrás tivemos concentração na região do Grevilha, final da Avenida Kakogawa. Ano passado, o aumento foi no Jardim Alvorada. Agora, estão concentradas na região do Requião", citou o tenente.