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Administração do Horto Florestal

A área do Horto Florestal, que fica na Avenida Doutor Luiz Teixeira Mendes, é propriedade privada da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Por isso, é decisão da companhia realizar, ou não, a abertura ao público.

Durante a audiência pública realizada na manhã de quinta-feira (18), o advogado da Companhia Melhoramentos afirmou que existe a intenção de reabrir o Horto, mas que, antes, é preciso resolver os problemas que motivaram a ação civil pública.

A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que, desde a quinta-feira (18), representantes do Município e da Companhia Melhoramentos discutem alternativas para seja definido o gestor da área. A assessoria da Prefeitura afirmou que, apesar de proprietária do local, a Companhia demonstrou interesse em conceder a área para a municipalidade.

A assessoria informou também que, para o prefeito Carlos Roberto Pupin (PP), a Prefeitura não tem condições de administrar o local. No modelo de gestão desejável, os serviços realizados no interior do Horto, como lanchonetes, banheiros e segurança, seriam de responsabilidade de uma empresa privada, assim como já ocorre no Parque do Ingá.

As obras das galerias pluviais de combate à erosão no interior do Horto Florestal vão custar R$ 3,8 milhões à Prefeitura de Maringá. As obras têm de começar em até 70 dias, por determinação de uma ação civil pública.

De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, o Município foi responsabilizado pelas erosões no interior do Horto Florestal, em uma ação civil pública do Ministério Público do Paraná (MP-PR), por conta da falta de uma zona de amortecimento em torno da área de mata nativa. Por esse motivo, terá de investir nas galerias pluviais.

A responsabilização ocorreu, porque, segundo a assessoria de imprensa, a administração municipal autorizou a construção de casas e de estabelecimentos comerciais às margens do Horto, nas últimas décadas, o que contribuiu para o processo de erosão no interior do Horto Florestal.

O coordenador do Plano de Manejo também executado por determinação de ação civil pública, o biólogo Euclides Grando Júnior, explicou, porém, que as erosões no Horto Florestal não se devem somente à falta de uma zona de amortecimento. O encontro de duas bacias hidrográficas na região, a do Rio Ivaí e a do Rio Pirapó, também são causas desse cenário.

"Percebemos que existe uma área expressiva de depressão do solo no Horto no encontro das duas bacias. Por conta disso, a natureza tenta se ajustar e causa erosões. Isso é típico do solo do Norte e do Noroeste do estado", disse, em audiência pública realizada sobre o assunto na quinta-feira (18).

A relação da falta da zona de amortecimento com as erosões do Horto Florestal está, segundo o biólogo, no fato de que os produtos típicos da vida moderna, como óleos e detergentes utilizados pela população, são levados pela chuva para o interior da área de mata, que acentua o problema da erosão.

Grando Júnior disse também que a construção de tubulações de cimento e gabiões, com estruturas de telas de arame e pedras, não seria o ideal para a área do Horto, já que poderiam impossibilitar a propagação de espécies aquáticas no local. No entanto, a assessoria de imprensa da Prefeitura esclareceu que esse tipo de construção foi determinado pela ação civil pública.

Prazo para reabertura

As obras de construção de galerias e de gabiões serão iniciadas até o início de julho. Até lá, a Prefeitura terá de realizar uma licitação. Segundo a assessoria, não existe uma previsão para o término das obras, já que o processo é demorado e análogo ao que foi realizado no interior do Parque do Ingá na última gestão do ex-prefeito Silvio Barros (PP).

A Prefeitura Maringá afirmou que as obras de recuperação deverão ser finalizadas durante o atual mandato do prefeito Roberto Pupin (PP).

Responsabilidade da Companhia Melhoramentos

De acordo com a Prefeitura de Maringá, a mesma ação civil pública determinou que a recuperação da flora e da fauna do Horto Florestal é de responsabilidade da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, atual proprietária da área.

Segundo o biólogo responsável pelo Plano de Manejo, Euclides Grando Júnior, um estudo encontrou espécies de plantas exóticas no Horto, como a popularmente conhecida como "uvas-do-Japão". Esta planta deve ser retirada para que não haja desequilíbrio da mata nativa preservada na área.

Além disso, o pesquisador defendeu que o remanejamento da população de macacos e de quatis existentes no Horto é necessário para o equilíbrio ambiental do local.

A procuradoria da Companhia Melhoramentos do Norte do Paraná foi procurada pela reportagem, mas até às 10h50 desta sexta-feira (19) não obteve retorno.

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