A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) divulgou nesta sexta-feira (30) o balanço da Operação Vale do Ivaí, que desarticulou um grupo que comandava o tráfico de drogas no interior do Paraná de dentro das cadeias. Em dois dias de trabalho, foram detidas 80 pessoas, sendo que 41 já estavam presas em delegacias, mas receberam novos mandados de prisão.

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O trabalho iniciado na quarta-feira (28) desmontou um esquema de distribuição de drogas que utilizava a estrutura da delegacia de Ivaiporã, na Região Central do estado, e viaturas da Polícia Civil para o transporte dos entorpecentes.

"O resultado dos trabalhos foi muito positivo. A detenção de pessoas de dentro das instituições mostra a transparência das ações da Segurança Pública. A logística que existia, formatada pelo grupo, foi quebrada", avaliou o comandante do 10.° Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Ronaldo Antônio Maciel de Oliveira, em entrevista para a Agência Estadual de Notícias (AEN).

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Operação em 13 municípios

Um total de 144 policiais militares e 58 civis participou da ação, entre eles oito delegados. O trabalho teve apoio de agentes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc).

A operação concentrou-se em Ivaiporã, mas mandados foram cumpridos também nas cidades de Lidianópolis, Jardim Alegre, São João do Ivaí, Lunardelli, Maringá, Engenheiro Beltrão, Mandaguari, Apucarana, Jandaia do Sul, Antonina, Londrina, Araucária e em São Pedro do Alcântara (SC). Segundo a assessoria de comunicação da Sesp, ainda estão em aberto outros 22 mandados de prisão. Um dos procurados morreu antes da operação.

Rede desmantelada

Alguns dos presos na Operação Vale do Ivaí comandavam o tráfico de drogas na região de dentro da cadeia de Ivaiporã. Segundo o promotor de Justiça que encabeça o caso, Marco Aurélio Romagnoli Tavares, os quatro líderes do bando ordenavam a compra de drogas em Guaíra e Foz do Iguaçu. O produto seguia direto para a cadeia, onde era dividido e distribuído pela região.

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O esquema, de acordo com o MP, tinha apoio de três investigadores e dois agentes da carceragem. Cerca de 2 mil horas de gravações telefônicas comprovaram que o esquema era comandado de dentro da cadeia. Em uma dessas conversas, dois acusados de tráfico falam sobre o momento em que um investigador da Polícia Civil vai até um local marcado para buscar drogas dirigindo uma viatura. "Acreditamos que a quadrilha agia havia mais de um ano e era uma das maiores em atividade no Vale do Ivaí", afirmou o promotor de Justiça Marco Aurélio Romagnoli Tavares, responsável pelo caso.