O Viaduto do Café, então localizado na Avenida São Paulo, nas proximidades do atual Shopping Avenida Center, teve sua obra iniciada na gestão de João Paulino Vieira Filho (1960-1964) e concluída em 1966, na gestão de Luiz Moreira de Carvalho (1964-1968).
O viaduto foi erigido com a finalidade de permitir passagem de nível de veículos no cruzamento da linha férrea. Tinha 25 metros de extensão no sentido do viaduto e 200 metros no sentido da Avenida São Paulo. Na sua construção foram escavados 20 mil metros cúbicos de terra, equivalente a uma frota de 4 mil caminhões, os quais, segundo relatos, foram utilizados para o aterramento das arquibancadas do Estádio Regional Willie Davids.
Entretanto, o que, a princípio, foi uma solução para o tráfego de veículos, em pouco tempo se transformou em problema urbano. O viaduto não tinha vias de escoamento de águas, o que, durante período de chuvas, transformava o espaço em uma grande lagoa. A solução foi proposta durante a segunda gestão de Said Felício Ferreira (1993-1996). O projeto inverteu a sugestão urbanística inicial. A avenida passou por cima da passagem de nível, criando uma grande elevação asfáltica, o que deu ao novo trecho a alcunha de barriga do Said. O Viaduto do Café se fez presente durante 30 anos (1966-1996).
Em 1991, durante a gestão de Ricardo Barros (1988-1992), o projeto do Novo Centro estava passando por readequações e, com isso, a Estação Ferroviária foi extinta da área central e transferida para outra zona, afastada do grande movimento de veículos. Sob segundo plano, o projeto de rebaixamento da linha férrea, por toda a cidade, havia sido iniciado. 20 anos após o anunciado, no próximo dia 19 de dezembro, o último trem passará pelo último local que ainda o mantém sobre os olhos da população, a Avenida 19 de Dezembro. Depois, todo o percurso será feito por vias subterrâneas.
Miguel Fernando escreve aos sábados na Gazeta Maringá. Ele é bacharel em Turismo e Hotelaria e especialista em História e Sociedade do Brasil. É instituidor do Projeto Maringá Histórica, o qual se estende na coluna publicada na Gazeta Maringá e em outra, produzida para a Revista ACIM