Para tentar evitar o fechamento do único hospital de Marialva, o Hospital São Pedro, a prefeitura negocia com a direção da 15ª Regional de Saúde uma nova classificação, de Unidade de Longa Permanência. Com isso, o hospital não precisaria se adequar à Licença Sanitária exigida para unidades hospitalares de atendimento de baixa e média complexidade. A falta da licença é uma das causas apontadas pela superintendência do hospital para o fechamento do estabelecimento. A informação foi confirmada na tarde desta sexta-feira (24) pelo secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Stéfano.

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O secretário explica que como Unidade de Longa Permanência, o local receberia apenas casos de baixa complexidade. Os casos de média complexidade, atualmente atendidos pelo hospital, seriam encaminhados para Sarandi e Maringá.

Além da falta de Licença Sanitária, a direção do Hospital São Pedro alega que o estabelecimento causa prejuízo há, pelo menos, cinco anos. O déficit orçamentário seria causado especialmente pelo atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), que corresponde a 145 consultas mensais, 90% da capacidade do local. Este seria o principal motivo do prejuízo e do fechamento, segundo o comunicado da superintendência do hospital à Secretaria de Saúde e à Prefeitura de Marialva na segunda-feira (20).

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O secretário disse que, durante reuniões com o poder público ao longo desta semana, os diretores do hospital alegaram que para não trabalhar no vermelho, o estabelecimento deveria conseguir atender às diferentes complexidades de tratamento, receber pacientes particulares e de diversos planos de saúde. Seria necessário, também, contar com centros cirúrgicos e Unidades de Terapias Intensivas (UTIs) equipadas.

Por isso, segundo Luiz Carlos Stéfano, a prefeitura já ofereceu à diretoria da unidade a doação de um terreno onde poderia seria construído um hospital com pelo menos 100 leitos, capazes de atender casos de baixa à alta complexidade. "Além de solucionar o problema do hospital, este seria o cenário ideal para atender à demanda da saúde de Marialva. Mas a diretoria do hospital ainda não se manifestou se há interesse nesta alternativa", pontuou.

A reportagem da Gazeta Maringá tentou contato com o superintendente do Hospital São Pedro, Carlos Alberto Ferri, mas ele se negou a dar entrevista por telefone.

Hospital pode fechar em 1º de julho

Se as negociações entre o poder público e superintendência do Hospital São Pedro não avançarem, o local poderá fechar as portas em 1º de julho. O hospital funciona há 53 anos com 32 leitos.

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Na manhã desta sexta-feira (24), moradores e funcionários se reuniram em frente ao hospital para protestar contra o fechamento. Em entrevista à RPC TV, a aposentada Aparecida Soares defendeu a necessidade de funcionamento de um hospital em Marilava. "A população precisa de um local de atendimento em momentos necessários e difíceis [de doença]."

Os funcionários também se manifestaram contra o fechamento da unidade. Apesar da direção já ter comunicado que os trabalhadores não perderiam seus empregos, já que seriam transferidos para outras unidades da rede hospitalar, a enfermeira Márcia Rossi disse que pelo menos oito funcionários disseram que não querem a transferência. "Esses funcionários não vão para Sarandi." Ela disse que os profissionais mantêm a esperança de que o hospital não feche.