O frio intenso que atingiu o país nos últimos dias provocou duas mortes no Paraná. Na madrugada de ontem, Josué Cabral dos Santos, 67 anos, sofreu hipotermia (quando a temperatura corporal fica abaixo do normal) seguida de sete paradas cardíacas após passar a noite fora de casa. De acordo com a filha de Josué, Silvana Cabral dos Santos, de 42 anos, o pai teria saído para beber em um bar próximo à residência onde mora, no bairro Portão, e ao voltar para casa não conseguiu entrar. Como estava com roupas leves, inclusive vestindo uma bermuda, ele não resistiu à temperatura de 0,9°C negativo.A outra morte por hipotermia ocorreu em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, na noite de segunda-feira. Sérgio Olinek, de 43 anos, foi internado no Hospital Santa Casa de Misericórdia depois de ter sido encontrado caído na rua. Ele foi socorrido pelos vizinhos, mas morreu no hospital.
A madrugada de ontem foi a mais gelada do ano em várias cidades brasileiras. Em Santa Catarina, os termômetros de Urupema marcaram 8,8°C negativos. No Paraná, a menor temperatura foi em Guarapuava: 6,1°C negativos. Houve geada em praticamente todo o estado e até em cidades onde o fenômeno não costuma ocorrer. "Na estação de Antonina [litoral paranaense] a temperatura também ficou baixa, foi de 2,4°C. Não é de estranhar que possa ter geado no pé da serra paranaense", afirma a meteorologista do Simepar Ana Beatriz Porto. Os parques de Curitiba amanheceram encobertos pelo gelo e no interior do estado até pequenas cachoeiras congelaram.
A preocupação agora é com a previsão de fortes chuvas nos próximos dias. Isto porque, a massa de ar frio está se afastando. O clima ficará instável até o fim de semana. Contudo, entre domingo e segunda-feira, uma nova nova massa de ar frio atinge o Sul.
Alimentação
Por causa do frio, a tendência é consumir comidas mais gordurosas, o que acaba sendo prejudicial à saúde e resulta em excesso de peso. "As pessoas acabam consumindo mais alimento do que o metabolismo realmente está pedindo", afirma o fisiologista Sérgio Gregório. A nutricionista Elise Obayashi, supervisora do serviço de nutrição do Hospital Evangélico, explica que as pessoas tendem ainda a deixar de lado qualquer alimento gelado, como saladas e frutas. "É preciso, mesmo no inverno, manter a alimentação equilibrada. A sopa de legumes é uma boa opção, mas ela não substitui a verdura in natura, que tem as fibras perdidas no cozimento." Elise também sugere atenção redobrada no consumo de água. "O ideal é não sentir sede, mas sim, manter o corpo sempre hidratado."
Como as doenças mais comuns no inverno (gripes, sinusites, bronquites e pneumonias) estão relacionadas ao trato respiratório (que resseca e fica desprotegido), o médico Selmo Minucelli, do laboratório Frischmann Aisengart, lembra que é importante manter o ambiente umedecido por causa do uso de aquecedores. "O aquecedor elétrico é pior porque resseca muito o ambiente. O que ajuda é deixar uma frestinha na janela e uma bacia com água."