A pecuária bovina está longe de atingir o status de excelência no Paraná. Nos últimos anos, a atividade enfrenta o avanço das lavouras sobre o pasto, os embargos de diversos países em virtude da vaca louca um animal com o príon da doença foi identificado no estado no ano passado e as incertezas relacionadas à demanda internacional. Mesmo diante de tantos obstáculos, o setor tem dado sinais de melhora.
Nos última década, mesmo com a redução no número de animais (-5,7%) e da área destinada ao pasto (-18%), a atividade registrou aumento de 15% na produtividade. Em 2002, a média era de 1,59 animal por hectare. No ano passado, saltou para 1,83. Atualmente, o rebanho estadual soma 9,46 milhões de cabeças espalhadas em 5,15 milhões de hectares.
"Os pecuaristas estão conseguindo produzir mais em áreas menores. Sinal de que o setor está se profissionalizando", afirma Péricles Salazar, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados (Sindicarne). "A produção em outros estados é superior em volume, mas o Paraná quer ser reconhecido pela excelência na produção, conquistando mercados mais exigentes", complementa Fábio Mezzadri, veterinário da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
Outra preocupação é a retomada das exportações de carne bovina. No ano passado, o estado exportou apenas 18,4 mil toneladas. Desde o fechamento da JBS Friboi de Maringá, no final de 2011, os embarques despencaram, chegando a zero em outubro daquele ano. "Se tiver boi, a planta se estabelece. Por isso precisamos aumentar o nosso rebanho de corte para 12 milhões de cabeças", explica o presidente do Sindicarne. Segundo o zootecnista Luiz Fernando Brondani, há um déficit de 500 mil bezerros ao ano.