A greve dos funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) já dura seis dias, e as pessoas que procuram os serviços lá oferecidos encontram dificuldades para serem atendidas. Novas carteiras de trabalho só podem ser solicitadas no próprio MTE, mas os pedidos de seguro-desemprego têm movimentado a Agência do Trabalhador, onde também é possível requerer o benefício. Como a demanda diária é grande, os atendimentos já precisam ser agendados.
As filas se estendem por todo o quarteirão. As pessoas amanhecem no local para garantir a senha de atendimento. O setor de seguro-desemprego consegue atender 60 pessoas por dia, mas nessa terça-feira (10), os desempregados que compareceram à agência só puderam agendar atendimento para quinta e sexta-feira.
Essa foi a forma encontrada para diminuir a concentração de madrugada em frente ao local. "Quem pegou senha para dia 13, vai ser atendido no dia 13", exemplificou Maurilio Mangolin, chefe da Agência do Trabalhador de Maringá.
Paralisação com 97% de adesão
A greve dos servidores administrativos chega nesta terça-feira (10) ao sexto dia, com 97% de adesão, segundo informações do Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho, Previdência Social e Ação Social do Estado do Paraná (Sindprevs). Em Maringá, cerca de 20 trabalhadores estão parados. O governo já iniciou negociações com a categoria e recomendou a volta ao trabalho, mesmo assim a greve segue por tempo indeterminado.
Gilberto Félix da Silva Júnior, diretor do Sindprevs, afirma que os prejuízos para a população não são tão grandes, dada a possibilidade de pedir o seguro-desemprego em outros órgãos e o fato de que a carteira de trabalho demora 90 dias para ficar pronta. "Não são serviços que vão mudar a situação da pessoa de uma hora para outra."
Agência do Trabalhador de Maringá que fica na Rua Joubert de Carvalho, 675. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 44 3269-6958.
Reivindicações
Os servidores reivindicam a aprovação do plano de carreira específico para a categoria, que, segundo Santos, está "na gaveta" do Ministério do Planejamento. De acordo com o diretor sindical, o salário dos servidores que entraram em greve é o menor do poder executivo e a proposta do plano de carreira foi entregue no dia 20 de fevereiro e ainda não foi analisado pelo ministro Paulo Bernardo.
Os grevistas também reivindicam dois turnos de seis horas para manter jornada de trabalho com 12 horas de atendimento, além de convocação dos aprovados no último concurso.