A queda na produção de soja na região de Maringá será de pelo menos 20% na safra 2008/2009, em razão das poucas chuvas. Essa é a estimativa feita por profissionais de entidades que acompanham os produtores. Para Joaquim Nereu Girardi, engenheiro agrônomo da Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), em alguns municípios e propriedades as perdas podem ser maiores.
Girardi contou que visitou pelo menos 30 propriedades rurais nesta quinta-feira (8), e considera que a falta de chuva vai afetar as mesmas de maneira diferente. "A chuva nos últimos dias ficou entre 50 e 60 milímetros. Em alguns lugares choveu mais e em outros menos", disse. Segundo ele, a quantidade de chuva é baixa e algumas localidades vão perceber queda de até 30% na safra.
O que se pode afirmar com certeza é que os produtores que se anteciparam no plantio serão os mais afetados. "Quem plantou muito cedo vai perder mais", afirmou Girardi. Ele calcula que entre 30% e 40% da produção é da chamada soja precoce, ou seja, foi plantada logo no início da safra.
"Essas plantações ficaram mais tempo expostas do que quem plantou mais tarde", explicou Rogério Recco, da assessoria de comunicação da Cooperativa Agroindustrial Cocamar. A cooperativa confirma que as perdas na região onde atua serão de no mínimo 20%, mas essa é uma previsão com base no quadro atual, e que a queda na produção poderá ser maior. A área de atuação da Cocamar abrange aproximadamente 217 mil hectares.
Recco disse que a estiagem atingiu as plantações na fase de plantio e desenvolvimento da soja, entre 10 de novembro até o momento, e isso explica os prejuízos.
Ele explicou que os produtores contam ainda com as chuvas de janeiro para os prejuízos não serem maiores. "Alguns vão apenas conseguir pagar as contas", disse. Na safra de 2007/2008 foram plantados aproximadamente 160 mil hectares de soja nos 29 municípios da região de Maringá.