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A Universidade Estadual de Maringá (UEM), em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL), divulgou esta semana uma pesquisa que mostra o perfil dos motoboys de Londrina e Maringá. Foram 900 motoboys entrevistados nas duas cidades. Um dos principais resultados do estudo mostra que a maioria dos pesquisados pilotam suas motos, no trabalho, mesmo se sentindo cansados. Para 71,4% dos 500 motoboys entrevistados em Maringá, o cansaço não impedia que eles seguissem com suas atividades.

O problema é que o cansaço reduz os reflexos e a atenção, podendo acarretar acidentes por falhas humanas. Conforme os autores da pesquisa, na sociedade atual, marcada pela pressa, a tendência ao aumento do número de motoboys "parece irreversível a curto e médio prazo".

Em Maringá, a coordenação da pesquisa ficou por conta da professora Dorotéia Fátima Pelissari de Paula Soares, com a participação da professora Thais Aidar de Freitas Mathias, ambas do Departamento de Enfermagem. Outras três professoras, da Universidade Estadual de Londrina, participaram do levantamento.

A grande maioria dos 900 motoboys pesquisados eram homens; mais de 80% apresentavam oito anos ou mais de escolaridade; e mais de 70% dirigiam motos há cinco anos pelo menos, com idade média entre 28 e 29 anos. As más condições de trabalho, envolvendo muitas situações de risco, também interferem no desempenho desses profissionais. Os pesquisadores descobriram que, em Maringá, 47,7% destes trabalhadores não tinham salário fixo (ganhavam por produtividade/quantidade de entregas feitas).

A pesquisa também mostrou que 33,4% deles utilizam capacete aberto (sem proteção para a mandíbula); 33,7% trabalhavam durante o dia e à noite; 34% trabalhavam dez horas ou mais por dia; 20,6% dirigiam em velocidade superior a 80 km/h nas ruas da cidade; e 21,8% usavam celulares ou rádio no trânsito. Outra constatação do estudo foi que ocorreram, nos 12 meses anteriores à entrevista, entre 2,8 e 2,9 acidentes de moto a cada 100 motoboys ao mês, valor considerado elevado. A pesquisa foi publicada na última edição da revista Cadernos de Saúde Pública, da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Visando diminuir os riscos envolvendo membros da categoria, o estudo recomenda a regulamentação da profissão de motoboy e que seja aumentada a fiscalização sobre as empresas que oferecem serviços prestados por estes trabalhadores.

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