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A Polícia Federal prendeu nove pessoas e apreendeu três veículos nesta terça-feira (7), primeiro dia da operação "Zerograu". Segundo a PF, as diligências devem continuar nesta quarta-feira, quando novas informações devem ser divulgadas. A operação deflagrada nesta terça é o resultado de vários inquéritos que foram conduzidos pela PF de Naviraí (MS) que apura a atuação de quadrilha dedicada ao contrabando de cigarros em grande escala utilizando carretas-tanque e caminhões frigoríficos . No Paraná os mandados de prisão seriam cumpridos nas cidades de Maringá e Alto Paraíso (60 quilômetros de Maringá).

Outros 14 mandados (entre prisões e busca e apreensão) devem ser cumpridos em Campo Grande (MS), Dourados (MS), Ponta Porã (MS) e Eldorado (MS). O braço da organização criminosa voltado à operacionalização do transporte da mercadoria encontra-se sediado em Eldorado. Outros membros do grupo, tais como proprietários de caminhões, motoristas e batedores, residem em Maringá, Alto Paraíso, Campo Grande, Dourados.

Foram mobilizados 70 policiais federais dos dois estados para essa operação. Segundo a PF, a especialização da prática criminosa ficou constatada ao longo de quase doze meses de investigação. De Eldorado eles distribuíam grande quantidade de cigarros oriundos do Paraguai nas regiões sul e sudeste do Brasil.

Investigação

Entre os meses de fevereiro a maio de 2008 foram instaurados sete inquéritos policiais decorrentes da apreensão de cigarros transportados em caminhões frigoríficos, totalizando 1,4 milhão de maços. Na maioria das vezes os caminhões seguiam em comboio e eram acompanhados por carros de apoio, vulgarmente conhecidos como "batedores".

Os membros da organização criminosa possuem funções bem definidas de "gerentes", "proprietários de caminhões", "motoristas", "batedores" e "olheiros". Os veículos apreendidos estavam, na maioria das vezes, financiados e/ou registrados em nome de terceiros, "laranjas" - estratégia utilizada pela quadrilha para afastar a possibilidade de vincular seus membros ao crime.

Durante as ações policiais, também foram apreendidas notas fiscais falsificadas de empresas frigoríficas, juntamente com certificados sanitários. Tais documentos eram utilizados pela quadrilha para pretensamente amparar a carga transportada e iludir uma possível fiscalização.

As investigações revelam uma possível simulação de contratos de locação dos veículos (caminhões), com datas retroativas a apreensão, confeccionados exclusivamente para fazer prova de que o caminhão estaria alugado para terceiros, ensejando a boa-fé do proprietário e isentando-o da responsabilidade criminal, o que facilitaria a restituição do veículo apreendido.

Os indivíduos identificados como gerentes da quadrilha assumem a responsabilidade de fazer a ponte entre o remetente da mercadoria e seus destinatários finais. Apurou-se que os remetentes, verdadeiros contratantes do transporte, encontram-se sediados no Paraguai, na região de Salto Del Guairá, enquanto os compradores localizam-se em cidades diversas das regiões Sul e Sudeste do país, nos estados do Paraná e São Paulo.

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