A pena de 43 anos, seis meses e quinze dias de reclusão foi considerada justa pela mãe da menina Márcia Constantino, vítima de estupro seguido de morte em outubro de 2007, em Maringá. O condenado, Natanael Búfalo, foi a júri popular nesta quinta-feira (24). Por ser reincidente no crime, ele terá que cumprir pelo menos 26 anos antes de ter direito de passar para o regime semi-aberto. Os jurados foram unânimes e também condenaram Búfalo por ocultação de cadáver, vilipendio por ter mantido relação sexual com o corpo da garota e fraude processual.
Os jurados precisaram julgar oito séries de crimes cometidos por Búfalo no dia 20 de outubro de 2007, depois que raptou a menina Márcia: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, vilipendio, quatro ações de estupro e fraude processual, por ter alterado o local do crime. O promotor Edson Cemensati pediu aos jurados que considerassem cada uma das oito séries, pois desse modo o réu receberia penas diferentes para cada ação. Cemensati também tentou desconsiderar a confissão do acusado, pois a mesma significaria um atenuante na pena.
Já o advogado de defesa queria que o crime fosse julgado de forma unificada. Em sua explanação ele fez alegações contra os agravantes presentes no processo. Wilson Francis Oliveira informou que pretende permanecer no caso e que vai recorrer, visto que não concorda com critérios técnicos da investigação que culminaram com uma pena exagerada. "Vou pedir a redução da pena", disse.
Na leitura da sentença, o juiz Cláudio Camargo dos Santos disse aos pais de Márcia, presentes no plenário: "Não vamos matar Natanael como ele matou a filha de vocês. Nossa Justiça é essa. Infelizmente não podemos trazer a menina de volta". Emocionada, Lenir Constantino, mãe da vítima, se disse satisfeita com a condenação. "Confiei na justiça de Deus e na justiça dos homens. Isso vai servir como alívio para minha alma", disse.
O júri popular começou às 8h30 e durou nove horas. O auditório esteve sempre lotado, já que o crime provocou comoção na cidade. Não houve depoimento de testemunhas, e a promotoria vai valeu da principal prova: o exame de DNA que confirmou que o esperma junto ao corpo da criança era mesmo do acusado.
O crime
Durante a noite de sábado, 20 de outubro de 2007, a garota estava brincando com outras crianças no pátio da igreja evangélica que frequentava com os pais. Naquele dia a igreja organizava um evento reunindo cerca de 1,3 mil pessoas, e só por volta das 20h os pais de Márcia perceberam o desaparecimento. Com o encerramento da reunião, amigos e familiares iniciaram uma busca nos arredores, mas a menina só foi encontrada na manhã do dia seguinte, morta nas proximidades de uma plantação de milho. Búfalo ainda jogou álcool e ateou fogo no corpo da vítima.
Por volta de 23h30, Búfalo voltou para casa, lavou o carro, o lençol da cama e virou o colchão. O assassino ainda voltou para a igreja para ajudar nas buscas à menina e depois de encontrado o corpo, compareceu ao velório para confortar a família.
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