90%. Este é o índice de compatibilidade entre o maringaense João Daniel de Barros, o João Bombeirinho, de 6 anos, que sofre de leucemia, e o possível doador que foi localizado, mas cujas informações não foram divulgadas pelo Hospital das Clínicas (HC), de Curitiba. A informação foi confirmada pela mãe do menino, Ana Paula Estevam, na manhã desta terça-feira (28).
Ana explica que o garoto deveria ir para a capital paranaense nesta terça-feira (28) para iniciar os procedimentos preliminares do transplante no HC. No entanto, por conta de uma infecção na garganta, o processo foi adiado. Para tratar a infecção, João foi internado no Hospital e Maternidade Santa Rita, em Maringá. A previsão é de que ele receba alta hoje.
A mãe do garoto afirma que uma nova data já foi estabelecida para os procedimentos no HC e que João deve ir a Curitiba em 10 de setembro. Até lá, ele permanece sob os cuidados de um sistema home care.
Ana afirma que para receber a nova medula, João deverá passar por procedimentos de radioterapia e quimioterapia para zerar a imunidade, ou seja, reduzir o número de plaquetas, leucócitos e hemoglobinas. "É um procedimento normal para quem vai receber a medula. O sucesso do transplante depende disso também", explica.
Esta não é a primeira vez que João encontra um possível doador. Em maio do ano passado, o garoto e sua família chegaram a ir até Curitiba. Contudo, ao final dos exames, descobriu-se que a medula do possível doador seria apenas 40% compatível com a do menino. Como o risco de rejeição ao procedimento médico costuma ser grande, a família resolveu esperar.
Campanha
João foi diagnosticado com leucemia em 2007. Desde janeiro de 2011, os pais da criança estão focados em uma campanha para aumentar o número de possíveis doadores de medula no Noroeste do estado.
O apelido João Bombeirinho surgiu quando ele teve de abandonar a escola que frequentava para fazer as oito sessões de quimioterapia que enfrenta mensalmente. Uma professora, que sabia do interesse dele pelos bombeiros, convidou um profissional para ir até a escola. "Depois disso o Corpo de Bombeiros o adotou. Deram até um diploma de bombeiro mirim para ele", comenta a mãe, Ana Paula Estevam.
Em outubro de 2010, o caso ganhou mais destaque depois que João Daniel recebeu alta do Hospital do Câncer de Maringá e saiu de seu quarto pela janela, por uma plataforma mecânica do caminhão dos bombeiros. A repercussão do fato incentivou alguns empresários e representantes de organizações não governamentais a ajudar o menino.