O prefeito de Santo Inácio, no Noroeste do Paraná, João Batista dos Santos, preso em flagrante na terça-feira (17), não era alvo da investigação original do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Segundo nota divulgada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), os policiais e promotores de Maringá e Londrina estavam apurando o envolvimento de um empresário do ramo da construção civil em crimes como formação de quadrilha e corrupção.
O alvo em questão é proprietário de uma construtora de Maringá, empresa que teria pago quase R$ 10 mil ao prefeito de Santo Inácio. "O suposto envolvimento do prefeito em recebimento de propina não era objeto da investigação original. A notícia de que seria feito tal pagamento surgiu recentemente, no decorrer das apurações", informa a nota.
A empresa maringaense é responsável pela construção de uma creche em Santo Inácio. Segundo a polícia, o dinheiro seria uma forma de garantir que a empresa faria a obra, orçada em R$ 1,3 milhão, valor que seria pago com recursos do governo municipal e federal.
O proprietário da construtora, que reside em Apucarana, foi detido pelo Gaeco em Curitiba. Ele e o funcionário foram autuados por crime de corrupção ativa. Já o prefeito que continua detido em Astorga foi indiciado por corrupção passiva. A polícia informou que tem fortes indicativos de que outras pessoas ligadas à empresa estejam envolvidas no crime.
Inquérito será encaminhado para o TJ
O inquérito que apura corrupção passiva por parte do prefeito de Santo Inácio será encaminhado ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Segundo a assessoria de comunicação do Ministério Público do Paraná (MP-PR), o encaminhamento ocorre porque, como chefe do Executivo municipal, Santos tem foro especial por prerrogativa de função em processo na área criminal.
Na quarta-feira (18), ninguém assumiu a prefeitura de Santo Inácio, segundo informações da RPCTV Maringá. A vice-prefeita e o chefe de gabinete não foram encontrados para comentar o caso.