A Prefeitura de Maringá afastou um funcionário acusado de desviar quase 8,9 mil passes do transporte coletivo da cidade. A informação foi divulgada na manhã desta segunda-feira (15). As passagens eram destinadas a pessoas atendidas pelos programas da Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Sasc).
O passe custa R$ 2,10 (para quem tem um cartão eletrônico) ou R$ 2,50 (para quem paga em dinheiro), o que indica que o valor do golpe ultrapassara R$ 20 mil. "Informações preliminares indicam que ele desviava os passes e os revendia aqueles trabalhadores autônomos que negociam passagens nos terminais de ônibus. O funcionamento exato do esquema ainda está sendo investigado", diz o secretário de Municipal de Administração, José Roberto Ruiz.
"O próprio diretor do setor observou. A falta de um número grande de passes chamou atenção e o funcionário (afastado) confirmou", continuou Ruiz. Os passes seriam destinados a programas assistenciais da prefeitura. De acordo com o secretário, se o sumiço tivesse ocorrido paulatinamente, provavelmente não teria sido notado. "Em janeiro e fevereiro, a demanda é bem menor. Quando precisamos em março, notamos que não estava mais na prefeitura".
O desvio foi descoberto em fevereiro. O servidor estava há 27 anos na Prefeitura. Ele era o responsável pela compra e pelo controle dos passes. Uma sindicância foi aberta para investigar o caso. O trabalho, que é feito por funcionários de carreira de diversos setores, ficar pronto em até 60 dias.
Caso se confirme o crime, o servidor será exonerado, já que foi aberto um processo administrativo disciplinar. O funcionário afastado não receberá o honorário de funções gratificadas enquanto durar o processo. A suspensão inicial é de 30 dias, podendo ser ampliada para 60 e terminando com a exoneração. Ruiz diz que a Prefeitura deverá solicitar a restituição do dano causado e o suspeito poderá responder civil e criminalmente.