A Prefeitura de Maringá tirou dinheiro de 14 obras, projetos e serviços para pagar parte da indenização dos condôminos da Estação Rodoviária Américo Dias Ferraz, conhecida como Rodoviária Velha. Para levantar o valor de R$ 5,3 milhões, a administração remanejou R$ 2,2 milhões do Contorno Norte; R$ 702 mil do aterro controlado; R$ 2,4 milhões da reserva de contingência; R$ 78 mil dos recursos destinados à Secretaria da Cultura e R$ 18 mil da manutenção do Programa de Combate DST/Aids.
Os valores constam de um decreto assinado pelo prefeito Silvio Barros (PP).
O vereador Humberto Henrique (PT), da oposição, divulgou parte desses dados na internet. Ele diz acreditar que o remanejamento da verba poderá gerar atrasos nas obras do Contorno Norte e na implantação do aterro controlado.
"Por que a Prefeitura está priorizando a Rodoviária Velha, quando os outros projetos são mais importantes e de maior urgência para a população?", questiona.
Por meio de nota oficial, o secretário de Gestão e Fazenda, José Luiz Bovo, garantiu que não haverá atrasos nas obras.
"A prefeitura executa um orçamento equilibrado e mantém suas contas rigorosamente em dia. As obras de arte do Contorno Norte não serão prejudicadas, pois quando da licitação recursos financeiros para sua execução estarão assegurados através de superávit orçamentário já previsto para este exercício."
Segundo Henrique, no orçamento aprovado pelos vereadores, apenas R$ 500 mil haviam sido destinados originalmente ao pagamento da desapropriação da Rodoviária Velha para o atual ano fiscal. Contudo, ele acrescenta que, há poucos meses, a administração parece ter mudado de planos. O remanejamento do dinheiro repercutiu em vários blogs de Maringá.
O redirecionamento da verba do orçamento sem prévia autorização dos vereadores é permitido, desde que não ultrapasse 15% do total. No caso em questão, Henrique diz que a Prefeitura não cometeu irregularidade alguma.
Demolição está parada
O processo de demolição do prédio, que começou com a retirada de materiais que poderiam ser reutilizados, está parada, por ordem da Justiça.
No dia 27 de maio, caminhões da Secretaria de Serviços Públicos começaram a derrubar as paredes do prédio. O serviço, no entanto, foi interrompido dias mais tarde, quando a Justiça determinou a paralisação dos trabalhos, já que a imissão de posse conseguida pela Prefeitura (por meio da indenização paga aos antigos condôminos do local) é provisória.
A Prefeitura recorreu da decisão e espera retomar a demolição em breve. Já os lojistas que trabalhavam no local comemoraram a medida.
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